“O Padre utiliza a música como um instrumento de evangelização” – resume Padre Diogo Albuquerque, que também é cantor católico e entre suas rimas e pegada pop, tem levado ou reconectado muitos jovens ao caminho de Deus. Ele é um dos participantes do Vozes – Mostra Nacional de Música Católica, que estreia em 1º de abril, às 21h, na TV Evangelizar, com apresentação de Danilo Dyba.
Para ouvir e sentir um pouco da emoção que os 10 programas – com a participação de oito freiras e sacerdotes que também têm a arte como vocação – vão gerar, ouça Padre Diogo cantando “Primavera”, de Tim Maia, depois de compartilhar um pouco sobre a sua vida:
No mês de abril, sempre aos sábados e domingos, sacerdotes e religiosos de diferentes partes do Brasil vão subir ao palco e apresentar seus talentos musicais, com destaques para interpretação, melodia, harmonia e as letras, nesse projeto inédito, sem caráter competitivo, que busca valorizar e ser uma vitrine para a música católica, organizado pela Obra Evangelizar, por iniciativa do padre Reginaldo Manzotti.
A mostra tem o objetivo de ser uma vitrine da produção musical católica do país e da nova geração de cantores e compositores que usam o dom musical em sua atuação evangelizadora, seja em Missas e encontros religiosos nas paróquias brasileiras, seja junto às ações sociais das congregações religiosas, entre outras.
“O Vozes entra nesse cenário da produção da música católica contemporânea para contribuir especialmente dando visibilidade aos trabalhos que já existem, tanto de sacerdotes quanto de religiosas, que já têm uma caminhada na música, como compositores e intérpretes, e precisam ser mais conhecidos, além das suas regiões ou locais de mais atuação”, explica o diretor da TV Evangelizar, jornalista José de Melo.
Algo que vai deixar os episódios ainda mais interessantes é que, assim como Padre Diogo, que abre a matéria com a música de Tim Maia, cada participante escolheu uma canção da Música Popular Brasileira para interpretar. Então, o público vai acompanhar músicas que muitas vezes fazem parte das suas memórias nas vozes de outros artistas pelo talento de Padres e religiosas.
Entre os talentos selecionados para o festival está a Irmã Marizele, da congregação das Irmãs da Copiosa Redenção de Ponta Grossa. Tímida, ela teve seu dom musical revelado quando uma colega a indicou para cantar o salmo na Missa. Anos depois, a habilidade para cantar e compor a levou para a edição de estreia da mostra, em Curitiba (PR). A religiosa paranaense atua junto a uma comunidade terapêutica para dependentes químicos e percebe, na música, uma ferramenta de resgate.
“A música tem uma presença muito forte na vida dessas pessoas. Em um momento, já contribuiu para a destruição e para levar cada vez mais as pessoas ao fundo do poço. Agora, com o mesmo viés da música, a gente pode ser um instrumento para tocar o coração das pessoas e apoiar a mudança para uma vida saudável e longe do sofrimento causado pelas drogas”, avalia, em uma referência ao culto ao uso de drogas e álcool no universo dos shows musicais”.
Em Vozes: Mostra Nacional de Música Católica Contemporânea, a religiosa vai interpretar canções autorais e da congregação de Ponta Grossa, como “Solo Sagrado” e “Olhar de Esperança”. Ela também selecionou, para a apresentação, obras do repertório da música de raiz sertaneja, como “Fogão de Lenha”, da dupla Chitãozinho e Xororó, e “Tocando em Frente”, de Renato Teixeira e Almir Sater, além da canção “Utopia”, que foi incluída em homenagem ao Padre Zezinho, ícone da música católica no país.
Outro participante da mostra é Padre Duda, missionário Redentorista de Arapiraca, em Alagoas, que tem mais “estrada” nos palcos. Ele já fez parceria com um grupo musical católico do Panamá, com o qual gravou canções em português e em espanhol. E também foi uma das 170 vozes dos coros de uma encenação da ópera Carmina Burana feita na Sala São Paulo, no Complexo Cultural Júlio Prestes, que fica no Centro da capital. O sacerdote também fez apresentações em programas das emissoras católicas TV Aparecida e TV Evangelizar. Para ele, a mostra será o lançamento nacional de seu trabalho.
Conhecido como “padre forrozeiro”, Padre Duda tem no repertório forró, xaxado, baião e o gênero “pé de serra”. Ele buscou, na música sertaneja e em sua raiz nordestina, uma trilha de evangelização que se expressa por meio da musicalidade. No palco, ele troca a batina por um figurino que lembra Luiz Gonzaga, com o gibão de boiadeiro e o chapéu de couro alagoano. A canção carro-chefe do trabalho do padre artista é “Viva, Deus”.
“O título é uma expressão muito comum no Nordeste Brasileiro e vem de uma história do rei do baião. Quando Luiz Gonzaga regressou de uma longa viagem ao Rio de Janeiro, o pai o viu chegando e avisou a mãe dele: – Santana, Gonzaga chegou! A mãe, então, soltou o grito, aliviada: – Viva, Deus! e foi esse episódio que inspirou a canção de mesmo nome”, conta. “A ideia é dar esse grito de ‘Viva!’ na mostra, em gratidão por tudo o que Jesus nos dá, pelos laços de amizade, pela bondade e pela alegria de louvar e bendizer ao Senhor”, acrescenta.
Vozes: Mostra Nacional de Música Católica Contemporânea
Estreia: sábado, dia 1º de abril, às 21h, na TV Evangelizar.
Programação: dias 1º e 2, 8 e 9, 15 e 16, 22 e 23, 29 e 30 de abril | sábados e domingos, às 21h.
Deixe seu comentário sobre o que você achou do conteúdo.
Assine nossa newsletter, receba nossos conteúdos e fique por dentro
de todas as novidades.