O Espírito Santo: dom do Ressuscitado

O Espírito Santo: dom do Ressuscitado

Por Padre Everson Kloster, sx

 

Jesus aparece ao grupo de discípulos na tarde da ressurreição, rompendo o medo e o isolamento deles. A sua presença viva e transformada, irrompe o medo com uma saudação de paz carregada de poder e promessa.

Em meio ao medo humano, o Ressuscitado irrompe com a paz divina: não apenas consola, mas redefine o medo como limiar para a missão. “E, tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. E os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor” (Jo 20,19).

Depois de lhes desejar a paz, Jesus mostra aos discípulos as mãos e o lado, prova tangível de que o Crucificado é também o Ressuscitado. As feridas visíveis confirmam a Sua identidade e a continuidade entre a cruz e a nova vida. A reação dos discípulos é imediata: do medo à alegria, do confinamento ao reconhecimento.

 As chagas de Cristo não estão escondidas: são sinais glorificados da vitória e o ponto de partida para a alegria autêntica daquele que crê. Jesus disse novamente: “A paz esteja convosco. Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio a vós” (Jo 19,20).

Pela segunda vez, Jesus pronuncia “a paz esteja convosco”, agora como parte de seu envio missionário. Sua saudação não é apenas consolação, mas também um envio: assim como o Pai me enviou, agora Ele envia os seus. Essa fórmula não apenas estabelece continuidade entre sua missão e a de seus discípulos, mas também os incorpora ao plano salvífico do Pai com a mesma autoridade com que Jesus foi enviado (cf. Jo 17,18).

A paz de Cristo não é um refúgio interior, mas uma força ativa que impulsiona o mundo com uma mensagem de reconciliação e verdade. Ele traz a paz, mas não deixa seus discípulos em paz.

“E, tendo dito isso, soprou sobre eles e disse-lhes: ‘Recebei o Espírito Santo’” (Jo 20,22). Jesus não apenas envia seus discípulos (v. 21), mas também os capacita. Ele sopra sobre eles como símbolo do dom do Espírito Santo, já é Pentecostes. Esse gesto evoca a criação (Gn 2,7), onde Deus soprou a vida. Agora, Jesus, o Ressuscitado, comunica vida nova — vida no Espírito — que será a fonte da missão deles. Esse gesto indica que sua tarefa futura estará enraizada no poder do próprio Deus.

A missão cristã não nasce da iniciativa humana, mas do sopro divino: o sopro do Ressuscitado que faz das testemunhas instrumentos vivos de sua presença.

“A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os retiverdes, eles lhes serão retidos” (Jo 20,23).

Jesus confere aos seus discípulos a autoridade para lidar com a parte mais profunda do ser humano: o perdão dos pecados. Esse poder, concedido no contexto do dom do Espírito Santo, não implica um poder autônomo, mas sim uma missão delegada. Como representantes de Jesus, os discípulos anunciam o perdão e a oportunidade de recomeçar uma vida nova, pautada nos valores do Ressuscitado. A comunidade cristã, guiada pelo Espírito, participa assim do ato divino da reconciliação.

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