As sete Igrejas do Apocalipse

Espalhar a Boa-Nova é uma mensagem de Jesus Cristo deixada a todos nós. Essa história deu seus primeiros passos em lugares muito singulares. Antes mesmo que a fé cristã se espalhasse pelo mundo, sete comunidades receberam, do próprio Cristo, mensagens de esperança, advertência e renovação. Registradas no livro do Apocalipse, essas cartas foram endereçadas a igrejas da antiga Ásia Menor, que é o atual território da Turquia, e permanecem até hoje como sinais vivos do cuidado de Deus com Sua Igreja.

Aquelas comunidades cristãs receberam cartas escritas por ordem do próprio Cristo ao apóstolo São João, enquanto ele estava exilado na ilha de Patmos (cf. Ap 1,11). Apesar da distância e do tempo, as mensagens dirigidas a Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia podem ser perfeitamente interpretadas e integradas à atualidade, pois abordam a perseverança, o zelo, a tibieza, os perigos da idolatria e os desafios que a fé enfrenta ao longo da história.

Origem

Apocalipse foi escrito por São João durante o exílio na ilha de Patmos, no Mar Egeu. A tradição cristã afirma que ele foi enviado para lá no final do século I, durante a perseguição do imperador Domiciano. Mesmo em isolamento, o apóstolo amado se manteve como instrumento de Deus e recebeu as visões que formam o último livro das Escrituras.

Além das questões proféticas, a experiência do Apocalipse é um testemunho da presença de Deus em tempos difíceis. Visitar ou conhecer, de alguma maneira, esses lugares é como caminhar por um chamado que desafia os cristãos a refletirem sobre sua própria fé.

As Sete Igrejas

As cartas enviadas por João, sob inspiração divina, trazem recomendações específicas a cada comunidade: elogiam virtudes, repreendem fraquezas e apontam o caminho da conversão. A escolha do número sete, que na Bíblia representa totalidade, reforça que essas mensagens são dirigidas a toda a Igreja e em todas as épocas.

Cada igreja é símbolo de um estado espiritual:

• Éfeso: fé ativa, mas que perdeu o fervor do primeiro amor (Ap 2,1-7);
• Esmirna: Igreja pobre e perseguida, mas fiel (Ap 2,8-11);
• Pérgamo: firmeza na fé, mas em perigo por doutrinas equivocadas (Ap 2,12-17);
• Tiatira: caridade crescente, mas permissiva com falsos ensinamentos (Ap 2,18-29);
• Sardes: aparência de vida, mas espiritualmente adormecida (Ap 3,1-6);
• Filadélfia: pequena em força, mas fiel e perseverante (Ap 3,7-13);
• Laodiceia: morna e autossuficiente, chamada à conversão (Ap 3,14-22).

Vista aérea da antiga cidade de Pérgamo

Peregrinação com Padre Reginaldo Manzotti

Em outubro deste anos, Padre Reginaldo Manzotti conduzirá uma peregrinação especial por Turquia e Grécia, lugares que guardam as raízes da fé cristã fora da Terra Santa. O roteiro de 15 dias incluirá visitas a Éfeso, Laodiceia, Esmirna, Hierápolis, Konya (antiga Icônio), Tarsus, Istambul, Ilha de Kos e outros pontos ligados à missão de São Paulo.

O grupo também conhecerá a Casa de Nossa Senhora, local onde, segundo a Tradição, a Virgem Maria viveu seus últimos anos, sob os cuidados de João.

A experiência terá celebrações de Santas Missas, momentos de oração e direção espiritual do Padre Reginaldo. É uma oportunidade de vivenciar, em cada passo, o testemunho dos primeiros cristãos e reavivar a fé com profundidade e renovação.

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Conteúdo adaptado do espaço IDe+ no Jornal do Evangelizador  – Ano XVIII – n° 216 – setembro/2025