Na Igreja Católica, o conceito para alcançar a santidade significa viver um estado de perfeita comunhão com Deus, seguindo o exemplo de Jesus. Lendo dessa forma, pode trazer a sensação de que é algo muito simples. Mas não é fácil, trata-se de uma transformação interior. Se estudarmos a vida dos Santos e Santas da Igreja, muitos deles, na busca da santidade, sofreram e se dedicaram incansavelmente ao propósito maior de seguir a Deus. Para isso, abdicaram de muitas coisas e, em muitos casos, da própria vida.
A Igreja ensina que todos nós batizados somos chamados à santidade. É o que diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC) no parágrafo 2013: “Os cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade”. Ou seja, esse chamado é para todos, não a um grupo seleto dos que foram predeterminados a serem Santos ou Santas.
O nosso saudoso e querido Papa Francisco, na exortação apostólica Gaudete et Exsultate, 9, escreveu: “A santidade é o rosto mais belo da Igreja”. Ao ler sobre as vidas dos Santos, percebemos a riqueza nas histórias de tantos homens e mulheres de várias condições financeiras, profissões, posição social, lugares, etc., o que demonstra que a santidade é para todos os que buscam a intimidade de estar na presença de Deus. Essa constatação se respalda no Evangelho de Mateus (5,48), que é o Sermão da Montanha, no qual Jesus ensina: “Sede perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito”. Isso significa que os cristãos devem buscar a santidade e a excelência moral, seguindo o exemplo de Deus, que é perfeito em amor, justiça e todas as suas qualidades. Não se refere a uma perfeição livre de erros, mas sim a um esforço contínuo para se aproximar do caráter de Deus.
Não poderei encerrar este artigo senão pela visão de um Santo que, por meio de sua vida, dá um verdadeiro sentido de buscar a santidade incessantemente. Refiro-me a Santo Agostinho. Ele nasceu no século IV d.C. no ano de 354, e como muitos de todos os tempos, teve uma vida mundana até o momento de sua conversão. Era filho de Santa Mônica, que tanto rezou pela conversão do filho que estava entregue aos prazeres do mundo. Não quero contar a sua história, mas destacar as palavras de alguém que, ao encontrar a Deus, buscou o caminho da santidade:
“Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora. Estavas comigo e não eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora anseio por Ti. Provei-Te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por Tua paz”.
É possível perceber como Deus pode modificar os corações, assim como fez com Santo Agostinho. E de certa forma ele ensina também como devemos glorificar a Deus e ter uma vida santa:
“Quereis cantar louvores a Deus? Sede vós mesmos o canto que ides cantar. Vós sereis o seu maior louvor, se viverdes santamente”.
Não importa o que você fez, ou mesmo como tem vivido, o tempo certo para buscar a santidade é agora. Peça a Deus esse dom e entregue-se fielmente ao seu Infinito Amor.
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