Erradicada do Brasil, poliomielite tem risco de voltar devido à baixa vacinação

Erradicada do Brasil, poliomielite tem risco de voltar devido à baixa vacinação

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, foi erradicada do Brasil há 35 anos, com o último caso registrado em 1989. Porém, com a queda nas taxas de vacinação, especialistas e autoridades de saúde alertam que o vírus pode voltar a circular. A única forma de prevenção continua a ser a vacina.

O que é a poliomielite

A poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode afetar crianças e adultos. A transmissão ocorre pelo contato com fezes ou secreções orais de pessoas infectadas. Na maioria dos casos, o vírus não causa sintomas, mas em situações graves pode atacar o sistema nervoso e provocar paralisia, geralmente nos membros inferiores, e em alguns casos, levar à morte.

Desde 1990, o Brasil não registra casos de poliovírus selvagem. A doença permanece endêmica apenas no Afeganistão e no Paquistão. Contudo, surtos de vírus derivados da vacina têm sido relatados em diversos países. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a queda na cobertura vacinal aumenta o risco de reintrodução da doença nas Américas.

Vacinação: única forma de prevenção

A vacina é a principal ferramenta para manter o Brasil livre da poliomielite. Em novembro de 2024, o Ministério da Saúde alterou o esquema vacinal, que passou a usar apenas a vacina inativada poliomielite (VIP). O novo modelo prevê três doses — aos 2, 4 e 6 meses — e um reforço aos 15 meses de idade.

Essa mudança segue as orientações da OMS e integra o plano global de erradicação da pólio. Mesmo assim, a cobertura vacinal no país está abaixo da meta de 95% desde 2016. Em 2023, o índice ficou 10% abaixo da meta, e em 2021 atingiu o pior resultado histórico, com apenas 71% de cobertura, segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM).

O levantamento mostra ainda que 67% dos municípios brasileiros apontam a falta de conscientização da população como o maior desafio para ampliar a vacinação, especialmente nas cidades de pequeno porte.

A vacinação protege não só a criança, mas toda a comunidade. Com o vírus controlado, evita-se que ele volte a circular e cause novos surtos. A doença não tem cura e as sequelas incluem dificuldades de locomoção, paralisia de membros, deformações ósseas e problemas na fala e na deglutição. Em casos severos, pode comprometer a respiração.

Além da vacina, medidas simples ajudam a reduzir o risco de contágio, como lavar bem as mãos, higienizar alimentos e consumir apenas água tratada.

Poliomielite e viajantes internacionais

Embora mais comum na infância, a poliomielite também pode atingir adultos não imunizados. Por isso, é fundamental que todos mantenham o esquema vacinal em dia.

O Ministério da Saúde recomenda que viajantes que se desloquem para áreas com circulação do poliovírus estejam vacinados e portem o Certificado Internacional de Vacinação, emitido pela Anvisa nos Centros de Orientação ao Viajante. A medida é obrigatória para entrada em países que ainda apresentam risco de transmissão.

O Brasil celebrou 35 anos sem casos de poliomielite, mas reforçou o alerta, uma vez que a queda na imunização ameaça essa conquista histórica. O Ministério da Saúde monitora a contenção do poliovírus em laboratórios e segue as normas internacionais da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para garantir a segurança biológica.

O país ainda cumpre as normas internacionais de contenção do poliovírus em laboratórios públicos e privados, supervisionadas pela Secretaria de Vigilância em Saúde e alinhadas ao Plano Regional da OPAS/OMS. Essa etapa é essencial para que o Brasil obtenha o Certificado Internacional de Erradicação da Poliomielite.

Mesmo erradicada, a pólio continua a ser uma preocupação global. A erradicação definitiva depende do compromisso coletivo com a vacinação e da vigilância constante.

Autoridades de saúde reforçam que a paralisia infantil pode voltar se as famílias deixarem de vacinar as crianças. A meta de erradicação mundial ainda não foi atingida, e a imunização continua como o ato mais simples e poderoso para proteger as novas gerações.

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