“Todo cuidador precisa ser cuidado”, defende Padre Gean Medeiros, que também é jogador de vôlei

“Todo cuidador precisa ser cuidado”, defende Padre Gean Medeiros, que também é jogador de vôlei Escola de Voleibol Piano Piano (SP), iniciativa de Padre Gean./Foto: arquivo pessoal

 

Padre Gean Medeiros mostra que fé e esporte são uma excelente combinação. Sacerdote e atleta, ele conversou com o IDe+ sobre saúde espiritual, física e como “precisa estar bem para cuidar do seu rebanho”. Atencioso e muito disciplinado, respondeu às perguntas entre os intervalos das confissões dos fiéis da sua paróquia.

Fotos: arquivo pessoal

 

O estilo do padre atrai jovens e pessoas de todas as idades para Deus. Recentemente, ele foi entrevistado para o Esporte Espetacular (Rede Globo), entre diversos veículos da imprensa, que queriam saber mais sobre a cena, para muitos, inusitada: um Padre, de batina, “jogando vôlei de alto nível”. Ele pôde compartilhar um pouco sobre sua vida, o que levou ainda mais pessoas a se movimentar devido ao seu exemplo inspirador, assim como ele se inspira em São João Paulo II e no técnico de vôlei Bernardinho Rezende.

Foto: arquivo pessoal

 

O vôlei

Natural de São Paulo, Padre Gean começou a jogar vôlei com 12 anos. Ele começou a competir e participou de peneiras, como as do Clube Pinheiros e no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa em São Paulo. Esse esporte faz parte da sua vida há 35 anos, embora tenha precisado fazer algumas paradas em determinados momentos, como quando ingressou no seminário. Hoje, ele também faz parte da equipe máster 35+ do São Paulo Futebol Clube.

Fotos: arquivo pessoal

 

Com o tempo, percebeu que o esporte, além de tudo, podia ser uma forma de evangelizar.

“A minha comunidade é muito viva e fértil, e por que não criarmos uma escola de voleibol como mais uma ferramenta dentre tantas que temos na paróquia?”, conta.

Assim, nasceu a Escola de Voleibol Piano Piano, que atende crianças, jovens e adultos em São Paulo. “Devagar, devagar, se chega lá”, repete, referindo-se à inspiração do nome, um provérbio italiano que significa “devagar se vai longe”.

Fotos: arquivo pessoal

As conquistas de hoje tiveram seu caminho. No seminário, ele tinha o “estereótipo de atleta”, alguém que tinha origem nas quadras e não apenas na Igreja. Isso despertava certa curiosidade. O esporte se tornou então um instrumento e ocupa um lugar importante nas suas decisões e emoções.

“O vôlei hoje, para mim, representa uma paixão. Depois disso, nós temos tudo aquilo que ele oferta, o desenvolvimento da liderança, da comunicação, o relacionamento interpessoal, essa compreensão, que é muito nossa também, enquanto Igreja Católica, esse sentimento de pertença a um grupo, a uma comunidade. É essa possibilidade de fazer amizade, de socializar. E ainda acrescentaria aqui os benefícios para a saúde”, compartilha.

Fotos: arquivo pessoal

 

Disciplina e cuidado integral

A rotina esportiva também inspira disciplina e equilíbrio. “Os meus dias são todos programados, inclusive o dia de folga, a hora do almoço, o expediente, confissão, direção espiritual, e dentro dessa agenda cabe, sim, a atividade física”, explica ao falar sobre a recomendação que faz aos paroquianos.

Padre Gean costuma dizer que cuidar do corpo é também cuidar da alma.

“O corpo é templo do Espírito Santo. É o meu sagrado, eu só tenho esse. Então, preciso ter esse olhar de sacralidade para o meu corpo, não no sentido de vaidade, mas de saúde”.

Foto: arquivo pessoal

 

Para ele, o Padre, e todo cuidador, precisa buscar equilíbrio, espiritualidade e saúde.

Por isso, defende que a fé não dispensa o autocuidado: sono, alimentação, oração e exercício físico caminham juntos, inclusive, a terapia, se possível.

“Nós, líderes religiosos, somos referência para o nosso povo”, afirma.

Foto: arquivo pessoal

 

O cuidador que precisa ser cuidado

“Eu entendi que todo cuidador, primeiro, precisa ser cuidado. Eu tenho consciência de que tenho uma grande responsabilidade, uma paróquia, um rebanho, um povo. Então, eu tenho a obrigação de estar bem para conduzir o meu povo.”

O Sacerdote acredita que quem cuida precisa ter três pilares de sustentação: espiritual, emocional e físico. “O cuidador precisa se permitir ter um diretor espiritual, um confessor ou até mesmo um terapeuta”, orienta.

Para ele, cuidar de si é um ato de amor e fidelidade à missão, pois ninguém dá o que não tem.

Fotos: arquivo pessoal

 

Inspirações

As referências do Padre Gean são, primeiramente, Jesus Cristo, e tem uma admiração especial por São João Paulo II, “que foi uma das inspirações do discernimento vocacional”, e pelo Papa Francisco. No esporte, sempre se gostou do técnico Bernardinho.

Quando fala das redes sociais, vê nesses meios uma oportunidade. “Eu não tenho a menor dúvida de que são ferramentas eficazes”. Ele lembra que é algo do nosso tempo, que precisa ter atenção para levar conteúdo, atrair pessoas para Deus e fazer parte da vida delas.

Fotos: arquivo pessoal

 

E para quem acha que esporte e atividade física não é algo para todo mundo, Padre Gean deixa o conselho:

“Eu acredito que sempre é tempo de colocar a vida em movimento, de conhecer uma atividade física. Eu oriento os meus paroquianos a conhecerem uma modalidade, uma atividade física e aquela que desperte neles paixão, que possa provocá-los a se colocar em movimento”, finaliza.

Para conhecer mais sobre a rotina, o projeto e interagir com Padre Gean, siga seus perfis:

 

 

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