Você já viu um símbolo formado pelas letras P e X sobrepostas em paróquias, vitrais, paramentos ou livros litúrgicos? Ele não é um enfeite gráfico nem um código secreto, mas um dos símbolos cristãos mais antigos da história, conhecido como PX ou Cristograma Chi-Rho, ligado diretamente ao nome de Jesus Cristo.
É uma profissão pública de fé, primeiro entre os cristãos perseguidos do Império Romano, depois como marca de esperança na ressurreição e, até hoje, como símbolo que diz que Cristo é o centro da história e da vida do cristão.
O símbolo é formado pela junção das duas primeiras letras do nome Cristo em grego:
Χ (chi) – equivalente ao nosso “X”.
Ρ (rho) – equivalente ao nosso “P”.

Veste do Padre Reginaldo Manzotti exibe o símbolo cristão./Foto: Felipe Gusso
Ao sobrepor as letras, forma-se um monograma cristológico, isto é, um sinal que aponta para a identidade de Jesus. Esse símbolo aparece em sarcófagos, mosaicos, inscrições litúrgicas e objetos sagrados desde o século IV.
Em muitos casos, o PX vem acompanhado das letras Α (alfa) e Ω (ômega), para recordar as palavras de Cristo no Apocalipse: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22,13). O PX é a afirmação de Sua divindade, eternidade e vitória sobre a morte.
A tradição liga a popularização do Chi-Rho ao imperador Constantino, que teria visto o sinal antes de uma batalha decisiva e ordenado que o símbolo fosse colocado nos estandartes militares. A partir de então, o monograma passou a representar a vitória de Cristo sobre o mal e a morte, e foi adotado em inscrições funerárias, altares, batistérios e iconografias da ressurreição.
Nas peças arqueológicas paleocristãs conservadas nos Museus Vaticanos, o PX aparece esculpido em túmulos de crianças, ladeado por pombas, ramos e coroas, indicando a certeza de que a vida não termina com a morte, mas se cumpre em Cristo.

Ainda que muitos o vejam apenas como um símbolo antigo, o PX continua atual porque expressa três verdades centrais da fé: Jesus é o Messias esperado (o Cristo); Sua morte não foi derrota, mas vitória pascal; Ele governa a história, antes de tudo e para além de tudo.
O PX não é um amuleto. Trata-se de um elemento visual de evangelização, que recorda que todo batizado pertence a Cristo e é chamado a colocar sua vida sob esse nome.
Muitas paróquias usam o PX em brasões, placas, sinalizações internas ou objetos de devoção, justamente porque comunica a fé de maneira simples, visível e teologicamente segura.
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