Quando Jesus disse “Vós sois o sal da terra”, Ele chamou os seus discípulos a uma identidade que transforma, conserva e torna o mundo “saboreável” para Deus, como o “sal da Terra”. A seguir, entenda o que essa imagem significa, por que é um chamado à coerência cristã e como vivê-la no dia a dia.
A palavra de Jesus em Mateus 5,13 acontece no contexto do Sermão da Montanha, imediatamente após as bem-aventuranças. Não é uma instrução técnica, mas a confirmação de uma das características que definem o cristão. Vós sois — e não sejam — o sal da terra. Para entender sua força, vale lembrar o que o sal representava na cultura bíblica. O tempero que dá sabor, conservante que evita a podridão, elemento ligado a ritos de oferta e símbolo de aliança. É dessa riqueza de sentidos que Jesus tira sua imagem.
Para melhor compreender a mensagem, é importante ter como base três direcionamentos.
O sal realça o sabor. Do mesmo modo, o cristão é chamado a tornar a vida humana mais “saborosa”: mais humana, mais bela, mais justa. Isso significa que a presença do discípulo deve tornar atraente o bem e o amor de Deus. Atos de bondade, misericórdia, esperança e alegria tornam o Evangelho perceptível. A fé tem sabor quando se traduz em atitudes que seduzem pela bondade.
Antes das geladeiras, o sal conservava alimentos. Aplicado à vida cristã, é aquilo que impede a corrupção moral, social e espiritual. Ser sal da terra exige resistência às lógicas da mentira, da injustiça e da indiferença. É preservar valores, de verdade, justiça, misericórdia, no cotidiano, e manter a memória viva da Aliança de Deus com a humanidade.
No Antigo Testamento o sal acompanhava ofertas. Era sinal de aliança e de fidelidade. Ser sal significa também viver como quem pertence a Deus e oferece a própria vida, com trabalho, dores, alegrias e esperanças colocadas em comunhão com Cristo, tornando-se sinal da presença fiel de Deus no mundo.
Jesus completa a imagem com um aviso. Se o sal perde seu sabor, é inútil. Essa frase é um chamado à vigilância espiritual e à coerência. Um discípulo “insosso” é aquele cuja fé vira etiqueta ou mera aparência, sem ser influência salutar para o mundo. A palavra de Cristo pede conversão contínua, com oração, sacramentos, vida sacramental e prática de obras de misericórdia para não nos tornarmos neutros diante do mal.

A oração e os sacramentos são o que preservam o “sabor” da fé. Sem isso, o sal se dilui.
Pequenos gestos, de escuta, mansidão, delicadeza, transformam ambientes inteiros.
Integridade no trabalho, verdade nas conversas, pureza nas intenções, fidelidade à Igreja e ao Evangelho.
O sal funciona quando se mistura. O discípulo é chamado a estar presente na cultura, nas redes, na política, na família, com discernimento e firmeza cristã.
O “sabor” do Evangelho passa por famílias e comunidades que testemunham e formam as novas gerações.
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