Já pararam para pensar quantas superstições fazem parte da vida de tantas pessoas no Brasil e no mundo? Algumas são tão presentes que já compõem a vida cotidiana da sociedade, que muitas vezes nem se questiona mais. Mas por que acreditar nisso?
Colocarei abaixo alguns exemplos (existem vários outros) que são tão naturais para muitos, que realmente passam a crer nesse tipo de “poder” imaginário. Podemos dividir em dois grupos, aqueles que “dão azar” e os do “mal olhado”, como é comumente dito:
Outro grupo é o contrário, superstições que trazem sorte e prosperidade:
Há também aquelas revestidas de espiritualidade, como por exemplo andar com o terço no bolso, no pescoço, ou colocá-lo embaixo do travesseiro, como se fosse um amuleto mágico, sem fazer o uso correto desse sacramental. Porém, o terço é uma forma de nos aproximarmos do Amor de Jesus Cristo, pela intercessão de Maria, Nossa Mãe Santíssima, contemplando os Mistérios da nossa redenção. Atualmente, está muito presente também o uso do escapulário, sacramental tão precioso à vida Cristã para nós católicos, pois trata-se da aparição de Nossa Senhora a São Simão Stock em 1261. Na aparição, Maria entregou-lhe o escapulário, uma peça que originalmente fazia parte do hábito dos monges carmelitas, e prometeu proteção e salvação eterna a quem o usasse. Contudo, não basta apenas usá-lo, existem condições específicas para se obter a eficácia dessa santa devoção. E não é incomum o uso desse devocional como peça de ornamentação, uma espécie de amuleto, como se apenas por usá-lo já fosse o suficiente para obter as promessas contidas no sacramental.
O propósito desse artigo não é dar ênfase às superstições, mas trazer luz à realidade: toda superstição tem como efeito imediato causar o distanciamento de Deus.
A pergunta que se pode fazer é:
“De onde nasce, no coração humano, a crença na superstição?”
Como resposta temos que ela nasce quando o coração humano tenta tocar o mistério de Deus sem entregar-se totalmente a Ele. É uma busca por segurança, mas por um caminho errado. É o desejo de controlar o invisível, quando a verdadeira fé nos convida a nos abandonarmos ao amor de Deus, que é real, pessoal e vivo. É como se a pessoa dissesse: “Eu acredito em Deus, mas não custa nada dar uma forcinha”. Ou seja, isso não é confiar, não é entregar-se inteiramente nas Mãos do Pai e permitir que Ele realize no tempo certo a Graça que se espera, ou mesmo aceitar humildemente quando Ele nos dá um livramento sobre algo que se imagina ser essencial a vida.
A fé católica ensina que o ser humano foi criado para a comunhão com o Criador, uma relação de confiança, não de medo. Se o coração se afasta dessa confiança, procura apoios frágeis: rituais mágicos, objetos carregados de simbolismos vazios, previsões, sinais forçados ou práticas que tentam manipular o divino. A superstição é uma tentativa humana de substituir a Providência pela técnica, a graça pelo controle, a entrega pela ansiedade. Superstições surgem quando a pessoa não consegue descansar no amor do Pai. Elas aparecem quando a alma teme o futuro, teme o azar, teme o abandono, teme a dor, e tenta se proteger por meios que não vêm do Evangelho.
A solução para combater as superstições é retomar o caminho da fé, acreditar que só em Deus encontramos as respostas necessárias para se ter uma vida plena, unida a ELE. Ou seja, não depositar a crença em coisas, gestos, palavras, em ações que são um nada, pois somente no Pai é que se encontra a Palavra de vida e proteção.
Finalizando, o remédio contra a superstição não é tão somente abandonar as práticas, mas o de curar o coração, reencontrar o caminho da confiança, acolher no coração que só em Deus obteremos o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6).
Santa Teresa D’Ávila nos ensina, com esta linda oração, que só o Criador basta:

Que, abandonando todo medo e superstição, o nosso coração descanse na certeza de Santa Teresa: nada nos falta, porque só Deus basta.
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