30 dias com Nossa Senhora: a tradição medieval mariana entre 15 de agosto e 15 de setembro

30 dias com Nossa Senhora: a tradição medieval mariana entre 15 de agosto e 15 de setembro

Um mês inteiro de dedicação à Mãe do Senhor. Esse momento é conhecido por muitos pelo mês de maio, mas há uma tradição muito forte que acontecia em outra data. Entre 15 de agosto e 15 de setembro, cristãos medievais tinham um mês especial de intensa devoção a Nossa Senhora, em um período de 30 dias conhecido por unir a celebração da Assunção de Maria à comemoração de Nossa Senhora das Dores. Essa história foi documentada pelo Padre Francis X. Weiser, S.J., em sua obra “The Holyday Book”, e reflete a profunda veneração e o amor que os fiéis tinham pela Mãe de Deus durante esse período do calendário litúrgico.

A devoção começava no dia 15 de agosto, data em que a Igreja celebra a solenidade da Assunção de Nossa Senhora, quando Maria, ao fim de sua vida terrena, foi levada ao céu em corpo e alma. A festa era marcada por procissões e Santas Missas solenes, além de homenagens de fiéis.

O período se estendia até 15 de setembro, dia em que a Igreja celebra a memória de Nossa Senhora das Dores, que recorda as dores sofridas por Maria ao longo de sua vida, especialmente durante a Paixão e Morte de Jesus. Nesse momento, a recomendação é que os fiéis meditem sobre o sofrimento de Nossa Senhora e sua união com a missão redentora de Cristo.

Práticas e tradições

Durante esses 30 dias, os fiéis realizavam diversas práticas devocionais, como a recitação diária do rosário, a participação em novenas e a meditação sobre as sete dores de Maria. As celebrações incluíam também Santas Missas especiais, procissões e a coroação de imagens de Nossa Senhora com flores.

A prática era uma forma de manter os fiéis conectados com os mistérios da vida de Maria e unir o tempo de glória da Assunção com o tempo de compaixão e sofrimento com as dores de Nossa Senhora. Esses momentos convidam os cristãos a refletir sobre a presença constante de Maria na história da salvação, desde a sua elevação ao Céu até seu papel como intercessora ao lado de Cristo.

Em várias regiões da Europa, especialmente na Itália, essa devoção era acompanhada por festividades populares, com procissões, oferta de flores e atos de piedade que integravam a comunidade em um ciclo contínuo de oração, celebração e reconhecimento da Virgem Maria.

Padre Francis, em “The Holyday Book”, destaca que essa prática, embora menos conhecida hoje, foi uma base da piedade mariana medieval e chegou a influenciar tradições litúrgicas e devocionais que ainda se observam.

Com a cristianização de vários países europeus, a ação de graças como característica deste período foi mantida e também se enriqueceu com outras festas dedicadas a Nossa Senhora, como Nossa Senhora de Knock (21 de agosto), Nossa Senhora de Czestochowa (26 de agosto) e Natividade da Santíssima Virgem Maria (8 de setembro).

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