4 passos para desenvolver uma autoestima verdadeira com base no cristianismo

Há diversos mitos envolvendo a autoestima na internet, como se fosse possível, num “passe de mágica”, ter uma glamourosa e imbatível da noite para o dia. Em verdade, a construção da amor-próprio é um longo processo que envolve pequenos passos diários numa jornada de honestidade, esperança e fé. Pensando nisso, vou passar algumas dicas práticas de como um cristão pode desenvolvê-la verdadeiramente.

“Alguns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós confiamos no nome do Senhor nosso Deus. Eles vacilam e caem, mas nós nos erguemos e estamos firmes” (Salmos 20,7-8).

1. Afaste-se das redes sociais por um tempo ou deixe de dar tanta importância para elas

O excesso de tempo nas redes sociais é como um “veneno” para a autovalorização, pois a maioria dos perfis fascinantes dos influenciadores distorce a realidade e faz com que as pessoas se sintam “inferiores” quando comparam as suas vidas reais com o que é mostrado nas redes sociais.

Contudo, ninguém é inferior a ninguém, porque todos nós somos filhos de Deus. E, para Deus, não importa a vida que ostentamos nas redes sociais, mas a vida que construímos na realidade.

Em verdade, muitas vezes, o influenciador que aparenta ter uma vida sofisticada e uma autoestima imbatível também sofre com problemas de amor-próprio na sua vida real. Muitas pessoas constroem uma personalidade falsa nas redes sociais e montam uma vida de ilusão, a fim de ter essa avaliação baseada num falso glamour. Ocorre que a autoestima baseada em ilusões é tão frágil quanto um castelo de areia. Para construir a qualidade de se valorizar de forma sólida, precisamos ter foco na realidade.

2. Não se compare a outras pessoas

Infelizmente, vivemos numa sociedade que evidencia o materialismo. Muitas pessoas entram em competições materialistas com os seus vizinhos e colegas de trabalho, numa corrida desenfreada pelo melhor carro, pelas melhores roupas e pelos melhores bens materiais. As pessoas buscam, nessas competições, preencher o vazio no amor-próprio. Mas competir por bens materiais com os outros somente aumenta o vazio existencial.

Grande parte das pessoas pensa que a autoestima está baseada no que temos. A verdade é que tem a ver com quem nós somos por dentro. Obviamente, é importante ter boas condições de vida e buscar boa alimentação, conforto e bens materiais necessários para a vida. Acontece que a autovalorização baseada em bens materiais é tão vazia quanto um vaso sem flores.

A autovalorização é uma qualidade construída de dentro para fora. Nesse sentido, ficamos afastados dessa qualidade verdadeira quando a nossa mente se fixa no exterior, na vida dos outros e nos bens materiais. Um grande passo para a construção da valorização de si mesmo é o desapego da competição materialista que existe no mundo para que o olhar fique totalmente concentrado na nossa própria essência.

3. Concentre-se na sua essência

Tire o foco do verbo “ter” e persiga o verbo “ser” em sua vida. Em vez de ficar preocupado com tudo o que ainda quer ter, que tal refletir sobre quem você quer ser?

A autoestima saudável significa amar e valorizar quem somos, mas isso apenas é possível quando sabemos sobre a nossa essência mais profunda e verdadeira. Para descobrir a essência que vive dentro de nós, precisamos ser honestos com o nosso próprio coração e investir em autoconhecimento.

Talvez tenha cometido erros ao longo da vida que prejudicaram a sua essência e o seu amor-próprio, mas sempre há a esperança de recomeçar e ser uma pessoa melhor a partir de agora. Mesmo que não esteja satisfeito com quem você é hoje, pode lutar para ser uma pessoa melhor amanhã.

Pense nas qualidades e virtudes que gostaria de desenvolver em si mesmo e lute pelo fortalecimento delas dentro da sua essência. Deus deu o dom da vida para nós e pensou numa essência maravilhosa para cada um. Mas também temos o livre-arbítrio para construir, modelar e reconstruir a nossa personalidade ao longo da vida. Podemos decidir quem queremos ser a partir de hoje. E a nossa decisão deve estar alinhada com a bondade de Deus e com os ensinamentos da Bíblia.

4. Lute para ser uma pessoa melhor

Há uma grande mentira propagada em dicas nas redes sociais de como desenvolver a autoestima: a de que depende de uma visão “cor-de-rosa” sobre nós mesmos. A verdade é que a construção da qualidade de nos valorizarmos de maneira profunda, por incrível que pareça, tem a ver com a nossa luta contra os nossos defeitos e não com uma visão adocicada das nossas qualidades.

O cristão deve ter consciência dos seus pecados, dos seus defeitos e dos seus vícios antes de construir essa avaliação. E essa visão humilde e realista da nossa personalidade, em vez de prejudicar o nosso amor-próprio, é o motor que dará “asas” para o cristão “voar” ainda mais alto em suas questões existenciais.

Não existe nada que eleve mais a autovalorização de alguém que vencer um desafio psicológico ou espiritual dentro de si mesmo. Abandonar um vício, largar um pecado, vencer um defeito, ultrapassar um medo e perceber uma evolução na própria personalidade são os melhores ingredientes para a construção de uma autoestima verdadeira.

Não ganhamos batalhas interiores (psicológicas ou espirituais) da noite para o dia, pois tudo é um processo. Não conseguimos vencer um defeito com um “passe de mágica”, mas a luta para combater as características que não gostamos dentro de nós é o verdadeiro “fermento” da autoestima.

No processo do desenvolvimento de uma personalidade melhor e nas pequenas lutas contra os nossos pecados, ocorre um avanço natural do nosso amor-próprio a partir do momento que percebemos melhorias dentro de nós.