Está em nossa natureza, em nossa essência, em nossa matéria a busca, o anseio por Deus, como diz o Salmo 62: “A minha alma tem sede de Deus, pelo Deus vivo anseia com ardor”(Sl 62,2).
Jesus Cristo compreendeu bem e disse: “Todo aquele que ouvir o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. Ninguém viu o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai” e em seguida Jesus diz:
“Eu sou o pão da vida” (cf. Jo 6,45-46.48). É como se Ele dissesse: “Vocês têm fome de Deus, fome do Divino, fome do que realmente são? Eu sou o alimento”.
A Eucaristia é o sinal do Eterno. É a presença real de Jesus que ameniza a fome e a saudade, e nos impulsiona a ir em frente e a buscá-lo sempre mais. Jesus nos nutre daquilo que somos por excelência, aquilo que nos tornamos, aquilo que fomos e um dia seremos. Nós estamos nessa peleja todo dia, procurando nos saciarmos de Deus.
Jesus não veio para julgar o mundo e para condenar ninguém. O objetivo, a proposta de Jesus está nos Evangelhos. Ele veio, acima de tudo, para reabilitar, veio para resgatar a ovelha perdida, a ovelha desgarrada. Aquela que estava à margem da sociedade. Veio trazer luz, veio para ser um divisor de águas, um marco referencial na história. Ele é a razão de toda a nossa esperança e aqueles que o negam, negam a própria salvação.
Nós temos um Deus que já se revelou, já mostrou o certo e o errado, então persistir no erro é decretar a nossa própria condenação. Jesus é a luz! Quem faz coisas ruins não gosta de ver isso à luz da verdade. Por isso, quem caminha no mal, quem é mentiroso e desonesto, quem busca o pecado, não quer a luz. Prefere as trevas, às sombras, prefere fazer as coisas na surdina, às escondidas. Jesus nos pede que caminhemos de forma transparente, que nossas ações não deponham contra nós, que a nossa forma de agir seja de acordo com a luz.
Sempre insisto em falar da misericórdia, mas não podemos esquecer que essa primeira consciência nos é importante hoje, porque estamos mergulhados no mundo. Estamos sob uma lei, sob uma constituição. Estamos sob o peso de uma justiça humana, mas nós não somos deste mundo. A nossa pátria final é junto de Deus, então nossa alma anseia por esta volta a Deus.
Estamos no mundo, mas não somos do mundo, por isso Jesus intercede ao Pai:
“Não te peço para tirá-los do mundo, mas para guardá-los do Maligno” (Jo 17,15). Veja o que diz Nosso Senhor: “Pai proteja meus discípulos, proteja o meu rebanho do Maligno. Proteja de tudo aquilo que é força do mal e para que eles recebam esta graça diz ao final ‘eu me ofereço em favor deles’” (cf. Jo 17,12-19). Gente, que coisa linda! Que gesto de amor! “Eu me ofereço Pai, eu me consagro por eles. Guarde-os do Maligno”.
Deus nos dá forças para lutar e nos livra do mal. Como escreve Joseph Ratzinger, Papa Emérito Bento XVI, em seu livro Jesus de Nazaré: “A este respeito diz São Cipriano: Quando dizemos “livrai-nos do mal”, então nada mais resta para pedir. Quando nós alcançamos a proteção pedida contra o mal, então estamos seguros e protegidos contra tudo o que o demônio e o mundo possam realizar. Que medo poderia vir do mundo para aqueles cujo protetor no mundo é Deus”? Esta certeza deu suporte aos mártires e permitiu-lhes estarem alegres e confiantes num mundo cheio de ameaças e eles mesmos “salvos” no mais profundo de si, libertados para a verdadeira liberdade”.
Quando nos colocamos na presença de Deus, vencemos e mantemos viva a esperança de um dia saciar Nele a nossa alma, definitivamente!
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