A oração do terço, o Santo Rosário, é uma meditação dos mistérios salvíficos

A oração do terço, o Santo Rosário, é uma meditação dos mistérios salvíficos

A palavra Rosário vem do latim rosarium, que significa “coroa de rosas”. Na Idade Média, quando o feudalismo era o sistema social vigente, os vassalos ofereciam aos seus senhores uma coroa de flores em sinal de submissão e fidelidade. Dessa forma, os cristãos viram no rosário, coroa de rosas perfumadas de oração, a oferenda ideal para homenagear a Mãe de Jesus, Nossa Senhora.

Muitos acham a oração do terço repetitiva e, portanto, condenada por Jesus (cf. Mt 6,7). Na verdade, o problema não é a repetição e sim o discurso vão e a arrogância na oração. A oração do terço, o Santo Rosário, é uma oração repetitiva, mas quando rezada de coração, é uma meditação dos mistérios salvíficos. Em cada mistério que contemplamos, colocamos no horizonte da nossa oração uma lembrança da economia, do processo da salvação, algo importante da vida de Jesus. Ao contrário do que se pensa, a oração do terço é cristológica. Rezamos com Maria meditando os mistérios da redenção operada por Jesus.

Na imagem desta devoção, Nossa Senhora traz em uma das mãos o Menino Jesus, fato que sempre remete à maternidade, e com a outra apresenta o Rosário, oração composta pelo conjunto de 20 repetições de dez Ave-Marias (totalizando 200), sendo que, a cada dezena, um Pai-Nosso é inserido (20 no total), e, ao final, reza-se mais três Ave-Marias e uma Salve-Rainha.

A maneira mais conhecida de rezar o Rosário é aquela que o divide de acordo com os momentos importantes da vida de Maria e de Jesus, denominados Mistérios, entre os quais estão os Mistérios da Alegria (ou Gozosos – Anunciação do Anjo até o encontro do menino Jesus no Templo), Mistérios da Dor (ou Dolorosos – Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras até sua crucificação), Mistérios da Glória (ou Gloriosos – Ressurreição de Jesus até a coroação de Nossa Senhora) e os Mistérios da Luz (ou Luminosos – Batismo de Jesus até a Instituição da Eucaristia). Estes últimos foram acrescentados por São João Paulo II.

Quero ainda deixar uma breve explicação sobre a oração da Ave-Maria:

  • Ave Maria (Lc 1, 28a): Ave é o termo usado para saudar imperadores (por exemplo, “Ave, César”).
  • Cheia de graça (Lc 1, 28a): Conforme Frei Clodovis Boff explica em seu livro Dogmas Marianos, essa expressão vem do grego Kecharitoménê, utilizado pela Bíblia para designar a graça em seu sentido absoluto. São Jerônimo, tradutor das Sagradas Escrituras, logo se deu conta disso ao utilizar como correspondente no latim o termo gratia plena, mais adequado se comparado à versão “cheia de graça” feita para o português, na medida em que sugere o conceito de “plenamente agraciada” ou “repleta de graça”.
  • O Senhor é Convosco (Lc 1, 28b): Revela a presença de Deus na vida de Maria.
  • Bendita sois Vós entre as Mulheres (Lc 1, 42a): Frase dita por Isabel, quando recebe a visita de Maria e inspirada pelo Espírito Santo, enfatizando que Maria é a mais abençoada de todas as mulheres.
  • Bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus (Lc 1, 42b): Isabel reconhece em Maria a maternidade divina e A aponta como Mãe do Senhor.

A segunda parte da oração é uma invocação da Igreja, cuja composição é atribuída a São Bernardo e ressalta a grandeza de Maria, nossa miséria humana, e o poder da intercessão da Mãe de Deus em nossa vida e na hora da morte.

Minha recomendação é simples: reze o terço, pois grandes são os frutos desta oração! Acredito que ele é uma “cordinha” que Deus mandou para subirmos ao Céu.

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