Advento: tempo de vigilância e conversão

Advento: tempo de vigilância e conversão

Mais uma vez, somos agraciados pela liturgia da Igreja com um tempo especial de vivência em preparação para o Natal. E neste ano, em particular, tenho em meu coração que o Natal vem renovar nossa ESPERANÇA.

O Advento é um tempo favorável, de alegre espera, vigilância, conversão. É um tempo que nos ajuda a vencer o comodismo e direcionar o olhar para o Natal, preparando o coração para acolher o Menino Deus que vai nascer.

Os dois primeiros domingos do Advento acentuam a espera da segunda vinda de Jesus Cristo, no final dos tempos. Os outros dois nos propõem uma intensa preparação para o Natal do Senhor. A cada Domingo do Advento, somos exortados com um tema para reflexão.

O primeiro nos coloca a necessidade de vivermos a vigilância permanente. Ser vigilante consiste em estar atento aos sinais de Deus em nossa vida, que se manifestam no nosso dia a dia, e ser comprometido com Jesus e com o Reino que Ele veio anunciar. A vigilância cristã exige uma atitude libertadora, obtida na sobriedade e oração contínua, como nos ensina São Pedro: “sejam sóbrios e fiquem de prontidão” (1Pd 5,8-9).

No segundo Domingo do Advento chega até nós, por João Batista, um forte apelo de conversão, de preparar o caminho do Senhor: “Convertam-se, porque o Reino do Céu está próximo. João foi anunciado pelo profeta Isaías que disse: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas!” (Mt 3,2-3).

A conversão proposta é uma mudança na forma de viver. “Endireitar suas estradas” significa mudar o que nos impede de viver as exigências evangélicas: hábitos, gestos, sentimentos, atitudes, pensar e agir. Exige penitência, arrependimento, perseverança e a busca pela justiça sem nos conformarmos com a maldade deste mundo.

O terceiro Domingo do Advento é o chamado “Domingo da Alegria” ou Domenica Gaudete. A chegada do Salvador está próxima e somos convidados a nos alegrar com esta espera: “Fiquem sempre alegres no Senhor! Repito: fiquem alegres! Que a bondade de vocês seja notada por todos. O Senhor está próximo.

Não se inquietem com nada. Apresentem a Deus todas as necessidades através da oração e da súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês” (Fl 4,4-7).

O quarto Domingo do Advento nos coloca às portas do Natal. Refletimos sobre o mistério da Encarnação: “Vejam: a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco” (Mt 1,23).

Contemplamos a figura de Maria e as circunstâncias que a envolveram nos dias que precederam o nascimento do Menino Jesus.

“Deus enviou o seu Filho” (GI 4, 4). Mas, para Lhe “formar um corpo” (129), quis a livre cooperação de uma criatura. Para isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu para ser a Mãe do seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré, na Galileia, “virgem que era noiva de um homem da casa de David, chamado José. O nome da virgem era Maria” (CIC 488).

A Salvação nos chega pelo seio de Maria. Ela é o modelo perfeito de obediência, humildade, pureza e fé.
Se nos prepararmos, procurando vivenciar profundamente os elementos de cada Domingo do Advento, o nascimento do Salvador terá um sentido concreto em nossa vida e não será uma mera lembrança de um fato histórico.

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