Por Alana Morzelli Supervisão: Maíra Gioia
Um vídeo produzido pelo Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-GO) viralizou e deixou alarmados os internautas brasileiros. No vídeo, após consumir duas fatias de pão industrializado e assoprar o bafômetro, os níveis de álcool registrados eram superiores ao limite legal de 0,04 mg/l. No entanto, testes realizados pelo Comando de Policiamento de Trânsito (CPTRAN) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) mostraram que, três minutos após o consumo do pão, o teor alcoólico já se apresentava como zero. Embora não representem riscos para o trânsito, esses resultados podem ter implicações em outras áreas da vida da população.
Segundo uma pesquisa realizada pela Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), algumas das marcas de pães mais consumidas pela população brasileira possuem níveis alarmantes de álcool em sua composição. Isso pode prejudicar a saúde dos consumidores, especialmente das crianças.
A presença de álcool nesses alimentos ocorre porque, durante a fermentação dos açúcares da massa, formam-se álcool etílico e gases, que evaporam quando o pão é assado. No entanto, para aumentar a durabilidade dos pães nas prateleiras dos mercados, são adicionadas substâncias antimofo diluídas em álcool, que elevam o teor alcoólico do produto.
De acordo com Sarina Giongo Antoniassi, mestre em Alimentação e Nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), para adultos saudáveis, o consumo de pães ultraprocessados não apresenta grandes riscos. No entanto, para crianças, há riscos de problemas no desenvolvimento cognitivo. Portanto, é recomendável consumir alimentos caseiros e artesanais, que possuem menos ingredientes e um tempo de prateleira menor.
Quando você compra um pão direto da padaria, ele já não tem a mesma qualidade e sabor no dia seguinte, e no terceiro dia já pode apresentar sinais de mofo. Essas são as características de um pão normal. Quando o mesmo pão é encontrado no mercado com validade de trinta dias, ele é muito diferente de um produto artesanal”, explica Giongo.
Para identificar produtos com níveis alcoólicos acima do ideal, é importante observar a ordem dos ingredientes na embalagem. De acordo com a regulamentação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os ingredientes são listados em ordem decrescente de quantidade. Portanto, os primeiros itens listados são os presentes em maior quantidade. É essencial também evitar alimentos com ingredientes de nomes desconhecidos, pois geralmente são conservantes adicionados, como o benzoato de sódio, utilizado principalmente em produtos com baixo teor de ácido, como sucos, geleias, doces e produtos de panificação.
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