“Anjo Bom da Bahia”: os milagres que levaram à canonização de Santa Dulce dos Pobres

“Anjo Bom da Bahia”: os milagres que levaram à canonização de Santa Dulce dos Pobres

A Igreja Católica celebra a festa litúrgica de Santa Dulce dos Pobres, a primeira santa brasileira, em 13 de agosto. Conhecida como o “Anjo Bom da Bahia”, ela dedicou sua vida aos pobres e doentes de Salvador. É uma inspiração para o país pela prática da verdadeira caridade e amor ao próximo. A canonização da brasileira, em 2019, foi muito celebrada no Brasil e no Vaticano, para onde muitos brasileiros foram para testemunhar esse momento tão importante para a fé católica.

A canonização da Santa foi possível graças ao reconhecimento de dois milagres atribuídos à sua intercessão, ambos sem explicação científica e validados pelo Vaticano após uma investigação.

O primeiro milagre ocorreu em janeiro de 2001, em Itabaiana, Sergipe. Cláudia Cristina dos Santos, após dar à luz ao seu segundo filho, sofreu uma grave hemorragia que a deixou desenganada pelos médicos. O Hospital Maternidade São José, onde ela estava internada, não dispunha de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e após 28 horas de tentativas, os médicos não tinham mais recursos para salvar sua vida. O padre José Almi de Menezes, devoto de Irmã Dulce, rogou pela intercessão da religiosa e pediu que uma imagem dela fosse levada à maternidade. Durante as orações, a hemorragia cessou de forma inexplicável e Cláudia se recuperou rapidamente. Esse milagre foi reconhecido pelo Vaticano em 2003 e utilizado para a beatificação de Irmã Dulce em 2011.

O segundo milagre, que levou à canonização, aconteceu em 2014, quando um homem baiano, que havia perdido a visão devido a um glaucoma severo, voltou a enxergar após quase 14 anos de cegueira. O homem, cujo nome não foi revelado, clamou pela intercessão de Irmã Dulce durante um momento de dor aguda nos olhos. No dia seguinte, ele recuperou completamente a visão, mesmo com exames que indicavam que suas lesões o impediriam de enxergar. O caso foi avaliado por médicos e especialistas tanto no Brasil quanto em Roma, e nenhum encontrou uma explicação científica para a cura.

História de Santa Dulce dos Pobres

Nascida Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, em 26 de maio de 1914, em Salvador, Bahia, Irmã Dulce foi desde cedo tocada pela fé e pelo desejo de ajudar os necessitados. Após perder sua mãe, Dona Dulce, aos cinco anos, foi criada pelo pai, o dentista Augusto Lopes Pontes, e por suas tias. Desde criança, demonstrava uma compaixão extraordinária pelos pobres, influenciada pelo exemplo de seu pai, que promovia palestras beneficentes e sua devoção a Santo Antônio, cuja imagem herdada de seu avô a acompanhou por toda a vida.

Aos 13 anos, Maria Rita já sentia o chamado para a vida religiosa e começou a atender pessoas em situação de rua, com cuidados, alimentos e curativos. Entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe, aos 18 anos, e adotou o nome de sua mãe e irmã, Dulce. Sua dedicação aos pobres logo se destacou, o que a levou a improvisar um albergue em um galinheiro no convento, que mais tarde se tornou a Associação Obras Sociais Irmã Dulce (OSID).

A caridade que marcou a vida de Irmã Dulce teve raízes profundas em sua família. Seu pai e suas tias a introduziram desde cedo no trabalho beneficente e mostraram a importância de ajudar os mais necessitados. Essa vivência formou o caráter da jovem Maria Rita, que transformou a casa da família em um ponto de acolhimento para os pobres de Salvador.

Irmã Dulce teve uma visão inovadora e uma força poucas vezes vista ao enfrentar os desafios sociais e políticos da época. Ela fundou o Círculo Operário da Bahia para oferecer educação e treinamento profissional para as famílias dos operários, muito antes de se falar em direitos trabalhistas. Seu trabalho na saúde foi pioneiro ao promover o atendimento humanizado, que se concentrava nos problemas físicos e também nas dores espirituais e mentais dos pacientes.

Inspirada por santos como Santa Clara, São Francisco e Santa Teresinha, a Santa brasileira dedicou sua vida a amar e servir aos mais necessitados. Seu grande amigo espiritual, porém, foi Santo Antônio, a quem recorria em momentos de dificuldade e que chamava carinhosamente de “tesoureiro de sua obra”. Irmã Dulce via em cada pessoa necessitada a face de Cristo, independentemente de credo, origem ou condição social.

Exemplo de fé inabalável, enfrentou desafios físicos e sociais com determinação. Histórias de milagres e intervenções divinas fazem parte da biografia de Santa Dulce, como quando salvou 12 pessoas vítimas de um acidente entre um ônibus e um bonde na década de 1940.

Hoje, sua obra continua viva e atende milhões de pessoas em todo o Brasil.

Saiba mais sobre a vida da Santa

 

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