Anjo tem personalidade própria?

Anjo tem personalidade própria?

Quando pensamos no nosso Anjo da Guarda, é comum que surjam curiosidades como “ele me conhece mesmo? Tem uma identidade própria”? Os anjos são criaturas espirituais reais, dotadas de inteligência, vontade e liberdade. São como “pessoas espirituais” e é nesse sentido que podemos falar de uma verdadeira personalidade angélica, muito diferente da humana, mas igualmente única.

A Igreja sempre ensinou que os anjos não são símbolos, forças da natureza ou representações poéticas. São seres espirituais criados por Deus, imortais, que possuem consciência e vontade próprias. O Catecismo afirma que eles são criaturas “dotadas de inteligência e vontade” e, por isso, podem ser chamados de criaturas pessoais. Como escreveu Padre Reginaldo Manzotti, celebrar os Arcanjos é celebrar o amor de Deus por toda criação.

O anjo não é uma energia impessoal, mas um ser que pensa, ama e responde a Deus. Cada anjo é único. Cada um foi criado em sua individualidade. Cada um possui uma missão particular na ordem da salvação.

O que significa “personalidade” para um anjo?

Quando usamos a palavra “personalidade” no mundo humano, pensamos em temperamento, humor, preferências ou traços psicológicos. Para os anjos, o sentido é outro. Eles não têm corpo, não sentem cansaço, não possuem emoções instáveis como as nossas. Seu modo de ser é totalmente espiritual.

Contudo, é possível dizer que possuem “personalidade” porque:

  • São indivíduos reais, distintos uns dos outros;
  • Têm liberdade e fazem escolhas (como a decisão original de permanecer fiéis a Deus);
  • Possuem formas próprias de conhecer e agir;
  • Recebem missões específicas de Deus.

A tradição teológica, especialmente a inspirada por Santo Tomás de Aquino, ensina que cada anjo é, de certo modo, uma espécie única, tamanha é a singularidade de cada um. A diferença entre um anjo e outro é ainda maior do que a diferença entre dois seres humanos.

Arcanjos como Miguel, Gabriel e Rafael têm nomes e missões muito precisas: um luta, outro anuncia, outro acompanha e cura. Eles não são versões repetidas de um mesmo ser, mas manifestações da diversidade da criação espiritual de Deus.

A espiritualidade católica também reconhece essa variedade. Há coros e hierarquias angélicas, cada qual com sua função no mistério da salvação. Essa organização expressa a riqueza de modos pelos quais as criaturas espirituais servem a Deus.

Ao afirmar que um anjo tem personalidade, estamos justamente reconhecendo que não são réplicas, são seres únicos na forma como obedecem e realizam sua missão. O Catecismo da Igreja diz:

330. Enquanto criaturas puramente espirituais, são dotados de inteligência e vontade: são criaturas pessoais (169) e imortais (170). Excedem em perfeição todas as criaturas visíveis. O esplendor da sua glória assim o atesta (171).

O que define a “personalidade” de um anjo?

A personalidade de um anjo é sua forma própria de existir diante de Deus, que é totalmente espiritual, mas real. A teologia nos permite identificar quatro elementos que moldam a identidade espiritual de cada anjo:

1. Sua natureza de puro espírito

Os anjos não têm corpo. Sua inteligência é intuitiva e direta, sem a lentidão dos nossos raciocínios. Seu modo de conhecer e amar é pleno e luminoso, e isso já os diferencia radicalmente entre si.

2. A escolha livre que fizeram diante de Deus

A tradição fala de uma prova inicial: alguns anjos escolheram servir, outros se revoltaram. Essa decisão, feita com total clareza, marcou definitivamente quem cada anjo é. Nos anjos bons, essa identidade está totalmente ordenada ao amor.

3. A missão que Deus confia a cada um

Os anjos são enviados para acompanhar pessoas, povos, Igrejas e momentos da história. A missão recebida, de anunciar, proteger, lutar, iluminar, é parte de sua identidade espiritual.

4. A medida de graça e luz

Cada anjo recebeu de Deus um grau de luminosidade, amor e proximidade diferentes. Isso faz com que sua maneira de servir e glorificar a Deus também seja única.

O que a Igreja NÃO afirma

Para evitar fantasias, é importante lembrar o que a fé católica ensina:

  • Os anjos não têm temperamentos humanos;
  • Não possuem emoções instáveis;
  • Não devemos inventar nomes não revelados pela Escritura;
  • Não conhecemos detalhes psicológicos de cada anjo.

A Igreja é prudente e aponta o essencial: que são espíritos na forma e anjos no ofício. Não se deve especular sobre o que não foi revelado. Saber que os anjos são pessoas espirituais transforma nossa relação com eles. Podemos rezar e pedir a proteção de companheiros reais de caminhada, que conhecem nossas histórias, intercedem por nós e nos inspiram à fidelidade. O nosso Anjo da Guarda, por exemplo, é um ser único, confiado a cada um desde o nascimento.

 

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