Apoiar os migrantes é dever dos cristãos e prova de amor ao próximo

Apoiar os migrantes é dever dos cristãos e prova de amor ao próximo

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Processo de atravessamento de uma fronteira internacional ou de um estado. É um movimento populacional que compreende qualquer deslocação de pessoas, independentemente da extensão, da composição ou das causas; inclui a migração de refugiados, pessoas deslocadas, pessoas desenraizadas e migrantes econômicos.

Como mostra a definição da Organização Internacional para as Migrações (OIM), os motivos que levam alguém a deixar seu local de origem e virar migrante podem ser muitos. Em comum, essas pessoas carregam os desafios e sentimentos de ser migrante. Dificuldades financeiras ou com o idioma, preconceitos, adaptação a novos costumes e clima são alguns deles, assim como a saudade de casa, dos familiares e sentimentos de não pertencimento e rejeição.

Devido aos efeitos da pandemia da Covid-19 e fronteiras fechadas, o fluxo de imigrantes no Brasil sofreu impacto expressivo de redução no último ano, mas para se ter uma ideia, de 2010 a 2018, foram registrados no Brasil 774,2 mil imigrantes, de acordo com os registros do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Nesse período, haitianos formam a principal nacionalidade registrada no País. Pessoas vindas da Venezuela obtiveram o primeiro lugar em número de registros no Brasil em 2018.

Um imigrante muito especial!

Embora os processos de migração tenham se intensificado em todo o mundo na última década devido a diversos fatores, como conflitos entre povos e questões políticas e econômicas, o processo de sair da sua terra por grave necessidade não é novidade. Para uns, esses números podem não passar de estatísticas, mas para vê-los com outros olhos, basta lembrar de alguém muito importante que também foi forasteiro e migrante: Jesus Cristo.

Ainda pequeno, o Messias teve que sair às pressas de seu país e fugir para o Egito, porque foi ameaçado de morte por Herodes (Mt 2,13-23) e teve, ao lado de Maria e de José, um longo caminho de fugas, medo, rejeição e incertezas por diversos lugares pelos quais passou a Sagrada Família.

Acolher, proteger, promover e integrar!

Posturas de diversas áreas são necessárias para receber os migrantes, desde ações de órgãos do poder público ao trabalho de profissionais da saúde e assistência social, e também entre os cristãos que entendem que acolher o próximo deve ser um gesto natural e de amor, como ensinou Jesus em seu ministério terreno: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22,39). Afinal, amar o próximo como a si mesmo tem um significado muito importante, pois é compreender nos irmãos a mesma dignidade que há em sua própria vida, que aquela pessoa tem direito ao mesmo cuidado e consideração com os quais você gostaria de ser tratado.

Papa Francisco tem feito chamados constantes a todos, para que cada um estenda a mão à situação de pessoas migrantes. “São pessoas; não se trata apenas de questões sociais ou migratórias! ‘Não se trata apenas de migrantes! São, antes de mais nada, pessoas humanas e que, hoje, são o símbolo de todos os descartados da sociedade globalizada”, disse o Pontífice, que continuou.

“É uma grande responsabilidade, da qual ninguém pode ficar isento se quisermos cumprir a missão de salvação e libertação para a qual o próprio Senhor nos chamou a colaborar”.

Essa frase foi dita pelo Santo Padre em 2019, durante a celebração eucarística na Basílica de São Pedro no sexto aniversário de sua visita à ilha italiana de Lampedusa.

Além da fuga de Jesus e sua família para o Egito, há várias passagens bíblicas que falam sobre migrações. Elas trazem reflexões e indicam atitudes que devemos ter com esses filhos de Deus:

“Quando vocês fizerem a colheita da lavoura nos seus terrenos, não colham até o limite do campo; não voltem para colher o trigo que ficou para trás, nem as uvas que ficaram no pé; também não recolham as uvas caídas no chão; deixem tudo isso para o pobre e o imigrante”. (Levítico, 19,9-10)

“O imigrante nunca teve que dormir na rua, porque eu abria minhas portas ao viajante”. (Jó, 31)

O exemplo da Pastoral do Migrante

A Pastoral do Migrante, organização sem fins lucrativos mantida pelos Missionários Scalabrinianos na Arquidiocese de Curitiba (PR), tem agido de maneira prática para acolher e promover a dignidade. Uma das ações é a orientação de haitianos para emissão de documentos legais. Muitos desses imigrantes já foram enganados nesse processo e alguns chegaram ser presos por tentar entrar com documentos falsos.

Todos os meses, a Pastoral atende cerca de 250 imigrantes de todas as nacionalidades. Além da escuta da história da pessoa, a Pastoral do Migrante promove uma acolhida digna em nome da Igreja e serviços que buscam proporcionar que essas pessoas vivam em território brasileiro como qualquer cidadão.

Outros serviços deles são: o cadastro dos migrantes em um banco de dados da Pastoral, orientação para que consigam emprego e moradia, encaminhamento a possíveis postos de trabalho, apoio sobre os seus direitos trabalhistas e acompanhamento para que empresas cumpram suas obrigações. Além disso, também realiza atividades religiosas e culturais, em um movimento para fortalecer a autoestima e o resgate da identidade cultural dos migrantes.

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