Autismo e a promoção da inclusão: salas de descompressão e a luta pela acessibilidade

Autismo e a promoção da inclusão: salas de descompressão e a luta pela acessibilidade Sala de Acomodação Sensorial no Museu Oscar Niermeyer (MON)./Foto: Roberto Dziura Jr./AEN

A busca pela inclusão de pessoas com autismo é fundamental para que exista uma sociedade mais justa e igualitária. Iniciativas como as salas de descompressão, também conhecidas como salas de acomodação sensorial ou de desaceleração, têm se destacado nesse cenário, como ferramentas que podem contribuir com a participação plena e digna de pessoas autistas e neuroatípicas em diversos espaços sociais.

Em 2022, o Museu Oscar Niemeyer (MON) anunciou a inauguração da Sala de Acomodação Sensorial (SAS) como parte do programa “MON Para Todos”, com o objetivo de tornar o museu mais inclusivo e acessível. A SAS oferece um ambiente tranquilo e com estímulos reduzidos, que proporcionam conforto e acolhimento para pessoas neurodivergentes.

Arquiteta Marina Pasetto em frente à sala de acomodação sensorial do MON. Foto: Roberto Dziura Jr./AEN PR

Em todo o país, diversas organizações e instituições têm se empenhado em criar espaços semelhantes, tanto em ambientes culturais quanto educacionais. Um exemplo disso é o projeto de lei que prevê a criação de “salas de silêncio” nas escolas, aprovado recentemente em uma comissão da Câmara dos Deputados, que está em trâmite no Congresso.

Essas salas são destinadas a alunos autistas e neuroatípicos. A ideia é oferecer um ambiente no qual eles podem aliviar a sobrecarga sensorial e evitar crises emocionais e comportamentos agressivos. Devem ser reservadas, disponibilizar fones redutores de ruído e objetos reguladores, ter baixo estímulo visual e sonoro, estar localizadas em locais de fácil acesso e sinalizadas de forma clara e visível.

Das atividades culturais às educacionais, os obstáculos têm se repetido. Vera Capellini, docente do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências de Bauru (FC-Unesp) e integrante do Observatório Internacional de Inclusão, Interculturalidade e Inovação Pedagógica, ressalta a importância das iniciativas para que essas pessoas sejam realmente incluídas, com as necessidades atendidas:

“Um dos maiores obstáculos para que o estudante com Transtorno do Espectro Autista (TEA) permaneça nos estudos e se desenvolva está na dificuldade dos gestores escolares em enxergá-lo como alguém que é integrante da escola, e não da educação especial. A escola precisa pensar, planejar e desenvolver atividades que atendam a todos os alunos”.

O direito à educação

Apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem enfrentados. A legislação brasileira é avançada no que diz respeito à inclusão de pessoas com deficiência, que inclui transtornos do espectro autista. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96), a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI 13146/15) e a própria Constituição Federal garantem o direito à educação inclusiva e ao atendimento educacional especializado.

No entanto, é fundamental que essas leis sejam efetivamente implementadas e que haja um compromisso contínuo com a promoção da inclusão em todas as esferas da sociedade. As salas de descompressão e outras iniciativas similares são novas possibilidades nesse caminho, mas ainda há muito a ser feito para garantir que todas as pessoas tenham acesso igualitário a oportunidades e espaços de convivência.

Como desmitificar o autismo?

O programa Papo IDe+, parceria da TV Evangelizar e do portal IDe+, já abordou o tema “Como desmitificar o autismo?”.

Apesar de ser realidade para a vida de tantas pessoas, o tema autismo ainda é cercado de muitos mitos e desinformação, seja por parte da família, amigos e pessoas próximas, seja por grande parte da sociedade. O papo foi com Paulo Liberalesso, neuropediatra especialista em autismo, e Priscila do Rocio, pedagoga da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.

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Comentários

  • Tatyana Casarino
    Que legal! Jamais imaginei ver iniciativas da sociedade como essas. Não tenho TEA, mas tenho empatia por quem tem. Por ter a personalidade INFJ (apenas um perfil psicológico raro de introspecção que não gera transtorno) e ser uma pessoa altamente sensível, sinto o famoso "cansaço social". Eu imagino como deve ser mil vezes mais difícil o mundo sensorial e social para quem é TEA.

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