Oração, silêncio, beleza natural e conhecimento fazem o Caminho de Belém, em Guarapuava (PR). Inspirada em grandes rotas de peregrinação como o Caminho de Santiago de Compostela (Espanha) e o Caminho da Fé (Aparecida/SP), a iniciativa tem atraído fiéis como uma experiência espiritual que resgata a história de fé e devoção a Nossa Senhora de Belém, padroeira da Diocese.
O Caminho tem como um dos principais incentivadores o Padre Jean Patrik, Pároco do Santuário e Catedral Nossa Senhora de Belém, e já envolve a comunidade em datas significativas do calendário litúrgico, como a Festa da Padroeira e a Quaresma. Sandro Cardozo, coordenador do Caminho de Belém, destaca o impacto emocional que o trajeto já tem causado nos peregrinos.
“Para nós da organização é emocionante. Todos estão fazendo por um motivo maior, seja para pedir uma graça, seja para agradecer. Vemos crianças de colo, idosos, pessoas descalças. É uma experiência única para quem faz. Cada capela, cada flor, cada plaquinha pelo caminho são gestos que acolhem nossos peregrinos”, comenta Sandro.
Com 12,5 km de extensão, o Caminho de Belém sai das margens da BR-277 no Rio das Mortes e percorre paisagens significativas até chegar à Catedral Diocesana Nossa Senhora de Belém . O percurso está sendo cuidadosamente preparado com sinalização, capitéis (pequenas capelas com imagens religiosas), pontos de descanso e paisagens. A cada trecho, os peregrinos são convidados a viver uma experiência espiritual, contemplativa e transformadora.
Além disso, o projeto resgata a história dos primeiros colonizadores da região e valoriza o turismo de experiência.
“Nosso caminho é baseado no quesito fé, acima de tudo pela devoção, mas também é rico no contexto histórico, pois refazemos os passos dos primeiros colonizadores. Nosso objetivo é fazer com que cada vez mais pessoas de outras regiões e estados tenham o privilégio de conhecê-lo. Certamente voltarão encantados com o que encontrarão aqui nos Campos de Guarapuava”, convida Sandro.
Segundo a tradição oral, o caminho remonta ao ano de 1818. Durante um conflito às margens do Rio das Mortes, a colonizadora Laura Rosa da Rocha Loures, que carregava uma imagem de Nossa Senhora de Belém, fez uma promessa: se sobrevivesse, ergueria uma capela em honra à Virgem. A promessa foi cumprida, e assim nasceu o Santuário que hoje é destino de milhares de fiéis.
O trajeto original, que liga o Rio das Mortes ao Santuário Diocesano no centro da cidade, é percorrido tradicionalmente no dia 2 de fevereiro, data da festa da padroeira. A peregrinação se tornou expressão viva da fé do povo guarapuavano.
Desde a primeira peregrinação oficial, em 2 de julho de 2023, o Caminho de Belém se consolidou como evento de fé, cultura e mobilização comunitária. Em fevereiro de 2025, por exemplo, cerca de mil pessoas participaram da caminhada. Durante a Quaresma, a Via-Sacra reuniu outros 700 fiéis e marcou a primeira condução oficial do Bispo diocesano.
O projeto do Caminho de Belém segue em expansão, com a missão de oferecer um caminho de encontro com Deus, com a natureza e com a tradição. Mais informações podem ser acompanhadas pelo perfil oficial do projeto no Instagram: @caminho.de.belem.
Foto: divulgação
Foto: divulgação
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