“Antes da festa da Páscoa, Jesus sabia que tinha chegado a sua hora. A hora de passar deste mundo para o Pai. Ele, que tinha amado os seus que e estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).
Estamos em plena Semana Santa, que se iniciou com o Domingo de Ramos. Nesta Quinta-feira Santa começaremos o Tríduo Pascal, que é o coração da liturgia cristã. Jesus Cristo, em sua vida e missão, assume e conduz à perfeição o que prefigurava a Páscoa antiga. A memória do Êxodo, como passagem da escravidão para a liberdade, encontra sua culminância na atitude de amor e de serviço de Jesus Cristo.
Celebrar o Tríduo Pascal é celebrar toda a história de nossa salvação. É viver intensamente a memória da passagem de Jesus Cristo no meio de nós. Com sua atitude de amor ao Pai e serviço aos irmãos, Jesus marca de uma maneira decisiva a história da humanidade e inaugura uma nova maneira de viver como irmãos e como filhos de um mesmo Pai.
Cremos que ele é o Alfa e o Ômega, a revelação do Deus da Aliança. Sua vida e a missão manifestam de forma perfeita o que é o amor e a fidelidade de Deus. A cruz, escândalo aparente de um Deus que fracassa, torna-se o lugar referencial de salvação para a humanidade. A morte foi vencida e o amor tem a última palavra.
A memória da Paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus com as celebrações que nos propõe a Igreja é tornar-se contemporâneo desses acontecimentos salvíficos. É para nós cristãos a memória de um acontecimento fundador de nossa identidade cristã. É Ele o fundamento da nossa fé e de nosso agir cristão.
Todos nós, os seguidores de Jesus Cristo, somos os responsáveis por esta memória. Mas essa memória cristã é comprometedora, de tal maneira que o caminho do servidor não é de tranquilidade. É luta, doação e serviço até as últimas consequências, a exemplo de nosso Mestre e Senhor. Para o discípulo seguidor de Jesus Cristo, a vida é um constante caminhar em que Deus é a fonte e também a meta a se alcançar. Em Jesus Cristo, o Pai nos fez entrar no que Ele nos prometeu e que será plenamente manifestado quando da vinda de Seu filho na glória, como está escrito na Carta aos Hebreus: “Não temos aqui a nossa pátria definitiva, mas buscamos a pátria futura” (Hb 13, 14).
Não é ao paraíso perdido que nós sonhamos voltar. A Pátria que buscamos é a cidade nova, a Jerusalém celeste. Ou seja, o Reino definitivo, a Aliança plenamente realizada, objeto de nossa esperança cristã. Se somos Igreja que celebra o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus é porque cremos que para toda a humanidade hoje, apesar das ameaças e da violência assustadora, Ele é a luz, a esperança e a Boa Nova de salvação.
Procuremos com todo empenho preparar e viver bem a celebração do Tríduo Pascal, para que possamos participar frutuosamente do Mistério da nossa salvação, que culmina com a Celebração da Páscoa do Senhor.
O Domingo de Páscoa é como diz o Salmista: “O dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!”. Por isso, nenhum cristão católico pode deixar de celebrar a Eucaristia neste dia.
É o dia do Povo de Deus fazer o grande eco: “Jesus ressuscitou! Ele está vivo! Alegrai-vos!”
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