Ciência precisa de voluntários para avaliar os impactos dos cigarros eletrônicos na saúde

Ciência precisa de voluntários para avaliar os impactos dos cigarros eletrônicos na saúde Foto: shutterstock
Por Camila Calaudiano

Supervisão: Maíra Gioia 

 

Iniciativas para suprir a falta de dados e informações científicas são fundamentais para entender os impactos dos cigarros eletrônicos na saúde, especialmente diante de uma possível regulamentação. No Brasil, o Projeto de Lei (PL) 5008/2023, que propõe regulamentar a produção, comercialização, fiscalização e propaganda desses dispositivos, tem enfrentado sucessivos adiamentos na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A proposta também foi avaliada durante audiência pública com profissionais da saúde e, caso aprovada pela comissão do Senado, seguirá para revisão na Câmara dos Deputados.

Enquanto isso, pesquisadores trabalham para encontrar respostas sobre os efeitos dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), também conhecidos como cigarros eletrônicos, vaporizadores, vapers (ou vapes), pods ou e-cigarettes, que chegaram ao Brasil em 2003. Desde 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização, importação e propaganda desses produtos. Recentemente, a Agência revisou a resolução e decidiu manter a proibição. Apesar disso, o uso desses dispositivos tem crescido de forma exponencial, alimentado pelo mercado ilegal.
A prática de vaporizar utilizando um dispositivo pequeno, discreto, que não precisa ser aceso e não deixa odores desagradáveis, tornou-se especialmente atrativa para os mais jovens. Além disso, a crença equivocada de que os cigarros eletrônicos são menos prejudiciais à saúde que os cigarros convencionais contribuiu para a popularização do produto.

 

Foto: freepik

No entanto, um estudo do Departamento de Prevenção e Reabilitação em Fisioterapia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que segue em andamento e precisa de voluntários, identificou uma tendência de redução da capacidade de exercício físico em usuários do CE, segundo Gabriele Kapp, estudante de Fisioterapia e uma das pesquisadoras.

“O cigarro eletrônico aeroliza um líquido fornecendo nicotina para o usuário, mas sem gerar combustão. Então essa característica de não combustão promoveu o cigarro eletrônico como uma suposta medida de diminuição dos riscos à saúde. Mas a gente já consegue ver que isso não é verdade”, afirma.

 

Foto: freepik

Outra iniciativa que busca compreender o uso do CE pelos jovens é o Projeto de Extensão Prevenção, Orientação e Diálogos (POD), também da UFPR. O projeto é coordenado pela professora Bianca de Oliveira Cata Preta, do Departamento de Saúde Pública da instituição. A iniciativa começou em 2024 e tem como objetivo “criar um ambiente de discussão com jovens universitários sobre o uso de cigarros eletrônicos”, afirma a coordenadora. O Brasil é um exemplo quando se trata de países que conseguiram reduzir significativamente a taxa de tabagismo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a redução foi de 35% desde 2010.

“Foi a partir de estudos de base científica que a gente começou a construir a ideia de que esse produto fazia muito mal à saúde, e hoje a gente já tem isso muito bem estabelecido. E foi por meio desses estudos, descrevendo o uso de cigarros comuns e os seus malefícios que a gente conseguiu pensar em alternativas para reduzir o consumo do tabagismo no Brasil, né? […] Então a ciência ajudou muito nisso. E, a partir de estudos, o país conseguiu fazer legislações apropriadas para diminuir esse consumo, [como] a taxação de produtos, proibição de propagandas e outros”, comenta a pesquisadora.

Para participar da pesquisa sobre os cigarros eletrônicos, basta preencher o formulário de inscrição. O grupo de pesquisa entrará em contato com aqueles que se enquadrarem nos critérios de participação.

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