Combinação perigosa: misturas de produtos de limpeza podem gerar danos à saúde e patrimoniais

Combinação perigosa: misturas de produtos de limpeza podem gerar danos à saúde e patrimoniais

A cena lembra as práticas de laboratórios de ciências amplamente vistas em séries e filmes. O cientista mistura várias substâncias que resultam em uma outra, que pode dar muito certo ou não. Longe da ficção, muitos lares brasileiros são cenários da mesma ação, com pessoas reunindo diferentes produtos de limpeza em busca de melhores resultados. Tal qual no cinema e na tevê, porém, a conduta pode ser bastante perigosa.

Como alerta o Conselho Regional de Química do Rio de Janeiro, a mistura de produtos de limpeza pode representar um grande risco à saúde e ao próprio patrimônio. Os inofensivos vinagre e bicarbonato de sódio, por exemplo, populares em postagens na internet como solução para a retirada de manchas de gordura, se colocados juntos num recipiente, podem causar uma explosão, com sérias consequências.

Outra mistura bastante perigosa é água sanitária e sabão em pó. Muita gente não sabe, mas o mal-estar que sentem na hora da limpeza, uma sensação de tontura e cansaço e até dor de cabeça, tem a ver com essa combinação. Isso porque, quando misturados, os dois produtos resultam em clorofórmio (a mesma substância que vemos nos filmes para fazer a mocinha ou o mocinho desmaiar). Os efeitos podem ser ainda piores se faltar ventilação no ambiente ou se o dia for de muito calor.

A mistura de substâncias sem o conhecimento químico necessário, alerta o Conselho, pode resultar em consequências desastrosas. Sem contar que o efeito de potencialização de limpeza esperado pode não acontecer.

O problema é que, além da inspiração dos filmes e séries, as pessoas agora contam com os “influencers”, que adoram soltar vídeos nas redes sociais com experimentos, recomendando que sejam reproduzidos pelos espectadores nas suas casas.

É por essa razão que a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (Abipla), em parceria com o Conselho do Rio e de outros estados do Brasil, colocou na rua, este ano, uma campanha educativa para chamar a atenção para a questão. A iniciativa tem como foco influenciadores, jornalistas e profissionais do setor.

Perigo nas redes

Como se não bastassem todos os riscos que o mal uso da internet já apresentam, lá vai mais um: no ano de 2021, apenas em uma rede social, foram identificadas 18 mil postagens sobre produtos de limpeza. Muitas delas sugeriam combinações classificadas como perigosas.

A proliferação de postagens na internet sobre produtos de limpeza caseiros e misturas ficou ainda mais forte desde o início da pandemia, período em que alguns itens tiveram a produção e a entrega comprometidas, bem como as pessoas passaram a ter mais tempo para atividades domésticas.

Em grande parte das publicações, ressalta o Conselho, os espectadores foram enganados. Um produto pode ser cheiroso, fazer espuma, porém não sanitizar, que é o processo de redução de bactérias e micro-organismos até um nível considerado seguro pelos órgãos de saúde pública. Não é apenas “deixar limpo”, mas garantir a biossegurança e evitar doenças ou problemas de saúde. Esse fato se refletiu nos Serviços de Atendimento ao Consumidor (SACs) da indústria com pedidos de orientação. Ao investigarem o que tinha ocorrido, foi observado que muitos casos de problemas de intoxicação a manchas no piso eram relativos à mistura de produtos recomendada na internet.

Piratas também são um risco

Outro risco que merece atenção no que diz respeito a produtos de limpeza é a pirataria. Ou seja: produtos que se dizem sanitizantes, desinfetantes e sabão, mas não possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Uma pesquisa realizada em 2021 apontou que 22% dos produtos de limpeza consumidos nas residências brasileiras eram piratas, sem qualquer controle ou segurança.

Como alerta a ONG Aldeias Infantis SOS Brasil, o risco para as crianças, principalmente as menores, é enorme. Muitos desses produtos não possuem embalagens apropriadas e chegam a ser comercializados em garrafas pets reaproveitadas de refrigerantes.

Essa “confusão” pode fazer com que crianças bebam ou inalem o produto. Para piorar, quando há intoxicação, uma forma de tratar rapidamente é levar a embalagem para que o médico saiba qual substância foi inalada ou ingerida. O problema é que, no caso dos produtos piratas, não há um rótulo controlado, o que pode dificultar ainda mais a prestação do socorro.

Por tudo isso, a dica é ler as instruções de uso das embalagens – por mais que você ache que já sabe – e utilizar os produtos da forma recomendada. Caso algo inesperado aconteça, é importante ver também na embalagem qual a melhor maneira de agir.

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