Mudanças de comportamento de uma grande parcela da sociedade atual, cada vez mais adepta a hábitos saudáveis de vida, como a busca por uma alimentação mais equilibrada e a prática constante de atividades físicas têm prolongado as expectativas de vida do ser humano. A população mundial está envelhecendo e já é maioria em vários países.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 15% da população do Brasil é formada por idosos – ou seja, pessoa com 60 anos de idade ou mais. Essa parcela da sociedade cresceu de forma expressiva no país nas últimas décadas.
A expectativa é de que os idosos representem quase 30% da população brasileira até 2050. Por isso, é preciso mais atenção com essas pessoas, pois é justamente na melhor idade que se fazem necessários maiores cuidados. Isso porque, de acordo com o clínico geral Carlo Valério Andrade, a cada segundo, no mundo, uma pessoa idosa sofre algum tipo de acidente.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentados pelo médico, todos os anos algo em torno de 37 milhões de idosos acabam por sofrer as consequências de uma queda inesperada.
“Muitas dessas quedas não acabam bem, com o registro de incontáveis fraturas, sequelas motoras, limitações físicas, traumatismos e quase meio milhão de mortes ao ano. Acredita-se que 60% delas aconteçam no ambiente domiciliar”, chama a atenção Carlo Valério ao responsabilizar, em grande parte, as “armadilhas” que podem ser criadas em casa.
Todo cuidado é pouco quando pessoas idosas, como os avós, moram conosco, com um cuidador e ainda mais quando moram sozinhos. Para essa população, o ambiente da casa pode representar uma zona de risco, pois alguns objetos podem facilitar a ocorrência de acidentes domésticos.
É preciso pensar nos idosos na hora de planejar ambientes e organizar a decoração, principalmente quanto à disposição de móveis, tapetes, vasos e deixar o caminho livre para a circulação deles. Como possuem a mobilidade já reduzida pela idade, o risco de cair é uma ameaça constante.
Além do mais, é importante lembrar, como ressalta Carlo Valério, que alguns medicamentos – e doenças – também podem ampliar o perigo pois provocam instabilidade, sonolência e tonturas.
Para evitar acidentes, o médico orienta que alguns lugares da casa recebam barras de apoio, corrimões e fitas antiderrapante em pisos e assoalhos. Outros, devem contar com lâmpadas mais fortes que favoreçam a iluminação.
“Muitas famílias acreditam ser difícil adaptar a casa, preferindo restringir o idoso apenas a um cômodo, o que é um engano bastante comum. Contudo, a pessoa idosa merece ser estimulada na mobilidade de suas atividades diárias. Mais que isso, precisa exercitar em plenitude a sua liberdade e funcionalidade. Todos os dias”, defende o médico.
Conforme um levantamento realizado pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, as quedas são responsáveis por 56,6% das mortes acidentais de pessoas acima de 75 anos. Muitas delas acontecem na própria residência.
Um ambiente da casa que precisa ser adaptado para o uso diário dos idosos é o banheiro. É alto o índice de quedas ocorridas durante o banho ou ao levantar do vaso sanitário. É preciso adaptar o espaço com alças, barras de apoio e pisos antiderrapantes.
• Colocar fita antiderrapante nos degraus das escadas, que também devem ser iluminados e sinalizados.
• Instalar corrimão dos dois lados da escada.
• Dispor os móveis de forma firme, deixando-os bem fixos, para o caso do idoso se apoiar neles.
• Optar por cadeiras e poltronas com braços, pois oferecem maior apoio na hora de levantar.
• Optar por portas largas, com no mínimo 80 cm, para facilitar a passagem de andadores e cadeiras de rodas.
• Evitar tapetes ou outros objetos pelo caminho, como pufes, que possam servir de obstáculos.
• Manter os ambientes da casa sempre bem iluminados, abrindo as janelas para a entrada da luz solar.
• Optar por mesas e móveis em geral com cantos arredondados, para evitar pancadas e lesões.
• Manter o ambiente sempre livre de fios, brinquedos e calçados no meio do caminho.
(Fonte: Blog da Saúde do Ministério da Saúde / Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional)
Deixe seu comentário sobre o que você achou do conteúdo.
Assine nossa newsletter, receba nossos conteúdos e fique por dentro
de todas as novidades.