A oração fortalece, acalma, cura. Prática que precisa fazer parte da rotina de todos os Filhos de Deus, é um meio de comunicação direta com Ele. Mas será que toda oração O agrada? Qual é a verdadeira oração que chega ao Seu coração?
Essa resposta está na sinceridade, humildade e na disposição de fazer a vontade de Deus acima de qualquer desejo pessoal. Em uma reflexão baseada na parábola do fariseu e do publicano (Lucas 18, 9-14), Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, escreveu em um artigo publicado por Vatican News que a oração que realmente agrada a Deus é aquela que vem de um coração humilde e sincero.
A oração do publicano foi bem recebida por Deus porque ele se apresentou humildemente, reconhecendo que precisava da misericórdia divina. Por outro lado, o fariseu, apesar de praticar atos religiosos, demonstrou soberba, orgulho e autossuficiência, desconsiderando a própria necessidade da graça de Deus.
Como escreveu o Cardeal, “o que foi bom na oração do publicano? Não foi o fato de ele estar cheio de pecados, o que ele reconhece. Bem por isso, ele foi ao templo para rezar, para pedir perdão, recorrendo a Deus, confiante na sua misericórdia. O que agradou a Deus na oração do publicano foi sua sinceridade e humildade. Ele reconhece que precisa de Deus e pede piedade, reconhecendo que não tem méritos próprios para apresentar a Deus. Na sua prece, o publicano não fez o julgamento dos outros e não desprezou a ninguém”.
Ele continuou a explicação lembrando que a verdadeira oração é aquela que não tenta manipular ou subornar a Deus, mas que se coloca à disposição de Sua vontade. É o reconhecimento da própria pequenez diante do Criador e da necessidade de Sua misericórdia.
Padre Max Huot de Longchamp escreveu um artigo no qual apontou qual a oração “que mais tem sucesso” e como, para muitos, pode ser decepcionante não existir apenas uma fórmula pronta para isso, uma vez que estamos falando do que vem de dentro. Como disse, “a boa oração é aquela que nos mantém tão ocupados com Deus que não pensamos em nós mesmos ou no que fazemos”.
Santa Teresinha do Menino Jesus também ensinou que “a oração é um impulso do coração, um simples olhar voltado para o céu, um grito de gratidão e amor, tanto no sofrimento quanto na alegria”.
Vale lembrar que a oração mais perfeita e agradável a Deus é aquela ensinada pelo próprio Jesus – e feita de todo coração, com humildade: o Pai-Nosso. É a síntese do Evangelho e deve ser recitada com verdadeiro entendimento e vivência de Seus ensinamentos. Ao fazer as orações diárias, lembre-se e internalize o pedido de que “seja feita a Sua vontade”.
“Pai Nosso que estais nos Céus,
santificado seja o vosso Nome,
venha a nós o vosso Reino,
seja feita a vossa vontade
assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje,
perdoai-nos as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.
Amém.”
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