Na eleição para escolha do novo Papa no Conclave, foram necessários quatro escrutínios para se chegar ao nome do Cardeal Robert Francis Prevost, agora chamado de Papa Leão XIV. Pela primeira vez, foi escolhido um Pontífice da América do Norte. Ele que nasceu no dia 14 de setembro de 1955 em Chicago, Illinois, EUA. Porém, um detalhe chamou a atenção em sua escolha: a informação que ele é “agostiniano”. Essa informação passou desapercebida para muitas pessoas — e diria que para muitos é até irrelevante. Contudo, ele ser “agostiniano”, assim como o seu antecessor, o saudoso Papa Francisco, era jesuíta, fala mais do que podemos supor. Ao trazer essas características, estamos falando de um termo muito utilizado na Igreja Católica, o carisma. Mas o que vem a ser carisma na Igreja?
Parecem familiares as palavras franciscano, dominicano, jesuíta e agostiniano, entre outros? Pois então, estamos falando de carismas.
Vejamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica no artigo 799:
“Os carismas, extraordinários ou simples e humildes, são graças do Espírito Santo que beneficiam direta ou indiretamente a Igreja, ordenados como estão para a sua edificação, para o bem dos homens e para as necessidades do mundo.”
Traduzindo, podemos dizer que um carisma é um dom, um talento, uma graça do Espírito Santo com a qual os católicos manifestam e praticam o Evangelho. Cada ordem religiosa (como os exemplos que deixei acima) possui características específicas de como esse dom será manifestado para celebrar e espalhar a Palavra de Deus.
Um carisma é a força que traduz como as comunidades religiosas vivem a sua fé, e cada uma tem a sua característica, sem perder o sentido maior que é levar a Palavra e as Ações de Jesus a todos os povos.
A seguir, deixarei alguns exemplos (poucos) de carismas das comunidades religiosas mais conhecidas.
Fundada por São Bento por volta de 500 d.C., tem como características:
Monges e freiras beneditinos se dedicam ao trabalho em seus mosteiros, seja na agricultura, na jardinagem, na preparação de alimentos ou no oferecimento de hospitalidade aos visitantes.
Santos mais conhecidos da ordem: o fundador São Bento de Núrsia, São Plácido, São Mauro, São Bruno.
Fundada no século XVI por Santo Inácio de Loyola, os seguidores da Companhia de Jesus — ou os jesuítas — estão comprometidos em encontrar Deus em todas as coisas. Os jesuítas são uma das ordens religiosas mais conhecidas, pois estão em uma missão mundial perpétua para ministrar a pessoas de todas as classes sociais. Os membros que fazem votos comprometem-se com a pobreza, a castidade e a obediência, e seguem as recomendações de Santo Inácio para o serviço divino, estabelecidas em suas Constituições Jesuítas. A ordem também patrocina o Corpo de Voluntários Jesuítas, que envolve homens e mulheres em serviços comunitários em todo o mundo.
Santos mais conhecidos dessa ordem: o fundador Santo Ignácio de Loyola, São José de Anchieta, São Francisco Xavier.
Outro exemplo bem conhecido ainda não canonizado foi o Papa Francisco.
Fundada no século XIII por São Domingos de Gusmão, um padre espanhol que seguia a Regra de Santo Agostinho, os dominicanos, homens e mulheres, abraçam uma vida de simplicidade, pobreza e pregação da Palavra de Deus sempre que possível, por todos os meios disponíveis. Também chamada de Ordem dos Pregadores, os dominicanos têm grande consideração pelo estudo acadêmico e são conhecidos por sua busca e facilitação da educação. A vida na Ordem Dominicana é sustentada por quatro pilares :
E quais são os carismas do novo Papa Leão XIV? Bom, ele é agostiniano, vamos conhecer um pouco?
Os agostinianos vivem de acordo com a Regra de Santo Agostinho, uma lista de diretrizes escrita por Agostinho de Hipona no século V. Inspirados pela vida do próprio Santo, os agostinianos se dedicam à educação e à busca constante pelo conhecimento e pela verdade . Os membros da ordem compartilham tudo e servem a Deus praticando atos de caridade uns pelos outros e pelo próximo. Os frades e freiras da Ordem de Santo Agostinho vivem sua fé de acordo com três elementos:
“A Regra de Agostinho contém uma sabedoria que vejo refletida na visão do Papa Leão XIV: ‘Sempre que saírem, caminhem juntos, e quando chegarem ao destino, permaneçam juntos’ ”.
Penso que teremos um pontificado que clama pela a união da Igreja, para que em oração e conduzida pelo Espírito Santo caminhe unida. Santo Agostinho acreditava que o Cristão não pode estar sozinho. Também deixa claro continuar o legado deixado pelo Papa Francisco, de uma Igreja Sinodal, em saída e missionária.
Que o Espírito Santo conduza o Papa Leão XIV nesse caminho de união, amor e fé, iluminando nosso espírito ao encontro com Jesus!
Fontes:
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