O nome mais usado na medicina é pouco popular: cefaleia. O seu significado, porém, é bastante conhecido pelas pessoas. Sim, estamos falando da dor de cabeça. É muito difícil encontrarmos alguém que não a conheça.
As cefaleias são classificadas de acordo com as suas causas e podem ser primárias ou secundárias. No primeiro grupo, temos as dores de cabeça que indicam, ao mesmo tempo, a doença e o sintoma. Já no segundo, estão as relacionadas a outras enfermidades.
Dores de cabeça podem vitimar pessoas de todas as idades, inclusive crianças. É possível que sua origem também seja emocional ou indique um efeito colateral de uma medicação. Se for insistente, a recomendação médica é investigar a razão com a ajuda de um especialista.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), 95% das pessoas terão ao menos um episódio da dor ao longo de suas vidas. Em torno de 70% das mulheres e 50% dos homens passam por isso uma vez ao mês, no mínimo. São os casos classificados como enxaqueca crônica, doença que chega a ser incapacitante e que prejudica ou até mesmo impede a realização de atividades rotineiras.
Em 2023, a Sociedade promove a campanha “3 é demais” para alertar a população quanto às dores de cabeça, orientar sobre os riscos e as formas de prevenção.
“Se alguém enfrenta mais de três crises por mês, por mais de três meses, deve procurar um especialista imediatamente e começar a tratar a dor de cabeça”, adverte Marcelo Ciciarelli, médico da Sociedade Brasileira de Cefaleia e coordenador do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
A listinha dos tipos de cefaleias primárias é extensa, mas algumas são mais recorrentes. São elas: cefaleia tensional, cefaleia em salvas e enxaqueca.
Resulta da tensão prolongada da musculatura ao redor do pescoço e ao redor do crânio. A sensação, em geral, é de aperto. Não costuma impedir que a pessoa exerça atividades.
Uma dor pulsátil, muito forte, geralmente de um lado só da cabeça ou no fundo de um dos olhos. As crises costumam acontecer em grupo. É mais comum entre os homens.
Só de ler o nome já dá uma dorzinha de cabeça, não é? Trata-se de um distúrbio neurovascular crônico, multifatorial e incapacitante. Uma dor de cabeça unilateral e latejante, que pode vir acompanhada de náuseas, sensibilidade à luz e até vômitos. É mais comum entre as mulheres.
1. Estresse: os músculos do pescoço e da cabeça ficam extremamente tensos.
2. Desidratação: sem água, o sangue perde volume e menos oxigênio chega ao cérebro.
3. Mudanças na rotina: alterações no ritmo cardíaco e na pressão atmosférica (voos) alteram o ritmo interno.
4. Doenças crônicas: fibromialgia, lúpus e diabetes provocam dores intensas na cabeça que podem durar mais de 15 dias.
5. Anemia: a baixa quantidade de vitamina B-12 ou ácido fólico no organismo é inimiga da saúde encefálica.
6. Problemas hormonais: a variação nos níveis de estrogênio, por exemplo, deixa o organismo mais vulnerável.
7. Tumor no cérebro: sua formação está associada ao crescimento anormal de células no cérebro.
Ainda podemos citar longos períodos em jejum, problemas oftalmológicos (de visão), distúrbios do sono ou alimentares, tabagismos ou consumo excessivo de álcool.
Nos casos de cefaleias secundárias, associadas a outras doenças, o tratamento terá como foco a enfermidade que deu origem às dores de cabeça.
Quanto às cefaleias primárias, os recursos terapêuticos variam de acordo com o tipo, mas geralmente são tratadas com analgésicos comuns.
Já nos quadros crônicos, medicamentos antidepressivos têm-se mostrado bastante eficientes. Mudanças no estilo de vida que ajudem a controlar a tensão e o estresse, assim como a prática de exercícios físicos e de relaxamento são importantíssimas tanto para prevenir quanto para aliviar a dor.
O uso excessivo de analgésicos, como paracetamol e opiáceos, porém, podem não somente deixar de aliviar a dor, como ser a causa de novas e mais intensas cefaleias. São as chamadas dores de cabeça de rebote. Geralmente, ocorrem em pessoas que estão tomando grandes doses de medicamentos há um certo tempo.
A dor costuma ser monótona e constante e ocorre em boa parte dos dias. A localização da dor pode variar de uma pessoa para outra. O tratamento, claro, inclui a suspensão de anestésicos e a busca por novas possibilidades para aliviar o problema.
Um dos perigos da automedicação são os efeitos colaterais. Por mais que um medicamento possa ser considerado de baixo risco, doses altas ou muito frequentes têm o potencial de não serem metabolizadas pelo fígado e se tornarem danosas ao organismo.
Além disso, há o risco da automedicação mascarar a causa de uma dor de cabeça, ou seja, esconder um quadro mais grave, sobretudo quando se trata de uma cefaleia secundária.
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