O cuidado com a criação não é um extra opcional da fé. É parte essencial da missão cristã, assim como sempre lembrava Papa Francisco, especialmente por meio da Laudato si’, a encíclica que se tornou um marco no compromisso da Igreja com o meio ambiente. No mês em que celebramos o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) e o Dia Mundial dos Oceanos (8 de junho), relembramos as iniciativas concretas da Santa Sé em defesa da Casa Comum e como todos somos chamados a uma “conversão ecológica”.
Desde a publicação da encíclica Laudato si’ (2015), Papa Francisco convocou toda a humanidade a um olhar responsável e amoroso pela “Casa Comum”. O cuidado com o meio ambiente é também uma exigência da fé: “não há duas crises separadas, uma ambiental e outra social, mas uma única e complexa crise socioambiental” (Laudato si’, n. 139).
O destino universal dos bens da criação e o dever de preservar os recursos naturais para as futuras gerações (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, n. 464) são valores que impulsionam ações e objetivos na Igreja, exemplos de como é possível agir.
O Estado da Cidade do Vaticano foi um dos primeiros territórios do mundo a se comprometer oficialmente com a neutralidade de carbono até 2050. Entre as medidas já implementadas, estão:
Em sintonia com o Dia Mundial dos Oceanos, a Santa Sé apoia iniciativas internacionais em defesa dos mares e da vida marinha, com ênfase na chamada “transformação azul”. Esta proposta visa a promover o uso sustentável dos recursos oceânicos, combater a poluição dos mares e proteger ecossistemas frágeis.
Em discurso na Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (2022), representantes da Santa Sé reforçaram a necessidade de ações globais para deter a acidificação dos oceanos e combater a exploração predatória. “Os oceanos não são depósitos de lixo, mas fontes de vida”, destacaram.
A Igreja incentiva práticas de agricultura sustentável, especialmente em comunidades vulneráveis. Por meio da Caritas Internationalis, promove projetos que unem segurança alimentar à preservação ambiental.
Além disso, o Vaticano participa ativamente de parcerias com organizações como a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), com apoio a políticas públicas que defendem os pequenos agricultores e protegem a biodiversidade.
Um dos principais instrumentos pastorais lançados pelo Vaticano foi a Plataforma de Ação Laudato si’, coordenada pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
Essa plataforma reúne famílias, escolas, instituições religiosas, dioceses e empresas que assumem compromissos concretos em prol da sustentabilidade, como:
Conheça a plataforma: plataformadeacaolaudatosi.org
O Vaticano marcou presença nas principais cúpulas climáticas, como a COP26 (2021) e a COP28 (2023), e defende a urgência de políticas eficazes para conter o aquecimento global. Papa Francisco, que enviou mensagem à conferência, reforçou que cada um pode desempenhar um papel vital na mudança da direção perigosa em que nos encontramos.
A Igreja promove uma visão de “ecologia integral”, que une cuidado ambiental, justiça social e espiritualidade. O comprometimento com a biodiversidade inclui ações práticas, como:
“Tudo está interligado” (Laudato si’, n. 138). Cuidar da criação é também uma expressão de amor ao próximo, especialmente aos mais pobres e vulneráveis, que são os primeiros a sofrer as consequências das mudanças climáticas.
Neste mês em que celebramos a beleza e a importância do meio ambiente, o chamado é para uma conversão ecológica: mudar nossos estilos de vida, repensar hábitos de consumo e assumir o compromisso de preservar a criação de Deus.
Que o nosso tempo possa ser recordado como o momento em que a humanidade assumiu com responsabilidade a sua vocação de cuidar da Casa Comum (Laudato si’, n. 207).
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