Quando pensamos em ilhas, normalmente vem à mente imagens paradisíacas com praias de areia branca e águas cristalinas. No entanto, uma realidade que não deveria acontecer tem se materializado nos oceanos: as ilhas de plástico. São enormes manchas de resíduos flutuantes, compostas principalmente por plástico, que se formam pela concentração de lixo que é levado pelas correntes marítimas.
As ilhas de plástico são classificadas como grandes aglomerados de resíduos, compostos principalmente por plástico, que se acumulam em determinadas áreas dos oceanos. De acordo com o Grupo Alto Tietê, o lixo plástico é arrastado pela água da chuva e pelo vento, e, ao chegar aos oceanos, é envolvido por redemoinhos de correntes marítimas, formando imensas manchas flutuantes. Esses resíduos podem viajar milhares de quilômetros e compõem as cinco ilhas de plástico que estão espalhadas pelos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.
A maior dessas formações é a Grande Ilha de Lixo do Pacífico, localizada entre a Califórnia e o Havaí. Descoberta em 1997, tem uma extensão de aproximadamente três vezes o tamanho da França e contém 1,8 trilhão de objetos plásticos, tornando-se conhecida como o “sétimo continente”. Existem também outras ilhas no Atlântico Norte, Atlântico Sul, Pacífico Sul e Índico, todas carregadas de resíduos plásticos.
O impacto dessas ilhas no meio ambiente é devastador. A vida marinha é a mais afetada: muitos animais confundem os plásticos com alimentos e acabam ingerindo fragmentos que podem causar sérios problemas de saúde ou até a morte. Além disso, espécies podem ficar presas em redes de pesca e outros resíduos flutuantes, o que dificulta sua locomoção e capacidade de sobrevivência.
Cientistas já estudam os possíveis reflexos do plástico na saúde humana, com pesquisas em peixes que consomem microplástico e fazem parte da alimentação das pessoas.
O acúmulo de plásticos nos oceanos também afeta o turismo e a pesca, setores cruciais para a economia de muitas regiões.
O combate às ilhas de plástico começa com atitudes simples, como reduzir o consumo de plásticos descartáveis e destinar corretamente os resíduos para a reciclagem. Segundo a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), mais plástico acaba nos oceanos do que nos sistemas de reciclagem, o que agrava o problema.
A reciclagem e o consumo consciente de produtos plásticos são fundamentais para reduzir o impacto dessa poluição. Evitar o uso de sacolas e canudos plásticos, e optar por embalagens biodegradáveis, são medidas que todos podemos adotar para ajudar a combater essa crise ambiental.
A Igreja tem abordado a pauta ecológica em diversos momentos. São João Paulo II falou sobre “a falta de respeito pela vida evidente em muitos dos padrões de poluição ambiental” e que a “crise ecológica é uma questão moral”. Papa Bento XVI reconheceu que o cuidado com o meio ambiente é uma obrigação religiosa de reverência devida à Criação de Deus. Durante o Dia Mundial da Paz de 2008, ele usou a expressão “nossa casa comum”.
Sete anos mais tarde, Papa Francisco o usou no subtítulo (“Sobre o Cuidado da Casa Comum”) da sua encíclica “Laudato Si’”, lançada em 2015, que aborda questões ambientais, sociais e destaca a conexão entre a ecologia integral e a justiça social. O documento enfatiza a responsabilidade humana de cuidar da criação e alerta sobre os impactos negativos das atividades das pessoas no meio ambiente.
Leia aqui sobre a encíclica Laudato Si.
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