As memórias de brincadeiras, almoços e momentos compartilhados com os avós estão entre as melhores emoções que carregamos na vida. No Dia dos Avós, celebrado em 26 de julho, o convite é para parar um pouco e pensar sobre a importância dessa relação tão especial e os benefícios que esse laço traz para a saúde mental das gerações.
A data foi criada em homenagem aos avós de Jesus, São Joaquim e Santa Ana, e busca destacar o papel que os avós têm na estrutura familiar. Vários estudos têm ajudado a entender o impacto da relação avós-netos para a saúde mental e passam uma mensagem importante: um vínculo próximo e saudável melhora o bem-estar emocional da geração mais velha, além de mantê-la mais fisicamente ativa e engajada socialmente. A solidão na velhice é uma realidade para muitas pessoas, o que aumenta as chances de depressão e outros transtornos emocionais, por exemplo.
Padre Reginaldo Manzotti já abordou a importância dessa relação. “As crianças são beneficiadas porque convivem com gerações diferentes, aprendem a valorizar os idosos e mantêm o sentimento de pertença familiar. Alguns estudos indicam até que a convivência com os avós fornece valores sólidos e apoio emocional aos netos”. Para ressaltar, o Sacerdote reitera o que ensina o livro dos Provérbios: “Os netos são a coroa dos anciãos, e os pais são a honra dos filhos” (Pr 17,6).
Avós e netos ajudam a proteger a saúde mental um do outro. Um dos grandes privilégios das pessoas que convivem com os avós é a herança de valores, princípios de vida e até mesmo tradições culturais, que são passadas de geração para geração e se tornam pilares familiares. Os avós proporcionam aprendizados, mostram a importância de preservar a identidade da família e fortalecem a conexão com as raízes, além de facilitar a compreensão da própria história.
Cada geração vive um momento distinto. As pessoas enfrentam problemas característicos dos tempos em que vivem e, com eles, adquirem aprendizados e ganham experiências — que, no futuro, são transmitidas aos netos. Todo esse ensinamento vira bagagem e uma aprendizagem que nunca é esquecida.
Um estudo acadêmico da área da Psicologia das pesquisadoras Cássia Fernanda Araújo Louzeiro e Ana Beatriz Rocha Lima, publica na Revista Ceuma Perspectivas, reforça essa ideia. Mostra que a interação entre avós e netos contribui significativamente para a saúde mental dos mais velhos, ao promover um senso de propósito e reduzir sentimentos de isolamento. A partir do estudo, os avós envolvidos na vida dos netos se sentem mais úteis e valorizados e também experimentam menores níveis de depressão e maior satisfação com a vida.
“O convívio frequente entre avós e netos resulta no fortalecimento dos vínculos, até porque a relação intergeracional traz boas vantagens. Os idosos melhoram a qualidade de vida, fisicamente se sentem mais ativos, se preocupam com a saúde para que possam garantir o acompanhamento do crescimento das crianças”, defende a pesquisa.
“A pesquisa também fala sobre transformação de comportamento. Os avôs deixaram a postura de autoritários ou retraídos e desenvolveram relações mais afetuosas com seus netos, rompendo preconceitos, aderindo vínculos mais prazerosos, amigáveis e calorosos, pois são sabedores de que os momentos que têm disponíveis com os netos, são temporários e interrompidos”, explica o estudo.
Além disso, netos que desfrutam de uma relação saudável com seus avós apresentam melhores habilidades sociais e comportamentais. Eles se sentem mais seguros, compreendidos e emocionalmente estáveis, o que contribui para um desenvolvimento psicológico mais robusto.
Neste Dia dos Avós, além de celebrar com presentes e homenagens, procure valorizar e cultivar essa relação tão especial. Avós e netos têm muito a ganhar com essa convivência, que vai além dos laços sanguíneos, pois promovem bem-estar emocional e mental que perdura por toda a vida.
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