Por: Flávia Cé Steil Edição: Priscila Murr Supervisão: Maíra Gioia
Apenas 1.4% dos brasileiros doam sangue ao Sistema Único de Saúde (SUS) por ano, segundo dados de 2022 do Ministério da Saúde. Isso significa que o Brasil está dentro das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que orientam que o número de doadores deve estar entre 1 e 3% da população. Contudo, é importante aumentar o número de doadores para manter os estoques de sangue regulares e evitar o desabastecimento dos bancos. Para incentivar a prática, existem bonificações aos doadores, como explica a médica hematologista Lenisa Albanske Raboni, responsável técnica da Agência Transfusional do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
“O principal benefício é vir e ajudar de três a quatro pessoas. Existem algumas gratificações que se recebe, por exemplo, algumas empresas dão o dia de trabalho, você pode ganhar descontos para fazer alguns concursos ou assistir a shows. Mas o principal ganho é poder salvar vidas”, garante.
De acordo com um levantamento feito pela companhia farmacêutica Abbott, “medo” e “falta de informação” são os principais fatores para que não existam mais doadores regulares. Mas o processo de doação é simples. Segundo um artigo da Biblioteca Virtual em Saúde do Mato Grosso do Sul (MS), o passo a passo para a doação é:
Existem impedimentos temporários e definitivos à doação, a fim de garantir segurança ao doador e ao receptor. No site da Secretaria de Saúde do Paraná há uma lista completa de impedimentos. Um dos empecilhos para a doação, que gera questionamentos, é o intervalo depois de se colocar um piercing ou fazer uma tatuagem nova.
“Estes são procedimentos perfurocortantes e aumentam o risco de infecção por vírus que passam pelo sangue, como HIV, hepatite B, hepatite C ou sífilis. Além do risco de contaminação, existe a janela imunológica, que pode fazer com que o vírus não seja identificado no sangue, mesmo que a pessoa esteja contaminada. Por isso, esses procedimentos bloqueiam a doação por seis meses, até que não haja mais risco”, comenta a médica hematologista.
O sangue, depois de coletado, passa por exames de sorologia para garantir a proteção de quem vai receber a transfusão. Lenisa reforça que é totalmente seguro se tornar doador.
“Do doador, é retirada uma bolsa de sangue total, o que não traz nenhum risco a ele. Nessa bolsa, são feitos exames para ter certeza de que o sangue não vai passar nenhuma doença para quem vai receber. Depois, a bolsa passa por centrifugações, se dividindo em três ou quatro bolsas. Todas elas são estocadas até que saia o resultado da sorologia. Vindo resultado negativo, são liberadas para doação. Se for positivo, automaticamente são bloqueadas e descartadas”, esclarece.
O risco para os transfusionados também é muito baixo. Contudo, ao receber sangue de outro indivíduo, os pacientes podem apresentar reação de autoimunização, fenômeno em que o receptor produz um anticorpo contra o sangue transfundido, que pode ser revertido imediatamente com um anti-histamínico.
No dia 14 de junho, comemora-se o Dia Mundial do Doador de Sangue. Doar é um ato de solidariedade para com o outro, salva vidas sem trazer riscos ao doador.
Deixe seu comentário sobre o que você achou do conteúdo.
Assine nossa newsletter, receba nossos conteúdos e fique por dentro
de todas as novidades.