A Igreja Católica reafirmou, em um documento histórico, um de seus ensinamentos mais fundamentais: a dignidade humana é inviolável, inerente e infinita. A declaração “Dignitas infinita”, publicada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé e aprovada pelo Papa Francisco em abril de 2024, propõe uma reflexão sobre o valor da vida humana e sua centralidade na missão da Igreja.
Trata-se de um apelo ao mundo: toda pessoa, em qualquer condição, é detentora de uma “dignidade infinita” que ninguém pode negar ou violar.
A “Dignitas infinita” foi publicada por ocasião dos 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), um marco na defesa da dignidade humana no âmbito civil e político. Contudo, como recorda o documento da Igreja, esse princípio não é apenas jurídico: é uma verdade profundamente enraizada na visão cristã do ser humano, criado “à imagem e semelhança de Deus” (cf. Gn 1,26).
Como destacou o Cardeal Victor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, a Igreja reconhece na dignidade humana a base de toda a sua ação evangelizadora, pastoral e social. “A dignidade não depende de capacidades, status social ou qualquer outra condição. Ela é dada por Deus e é, portanto, inalienável”, afirma o texto.
A expressão “dignitas infinita” foi inspirada em uma homilia de São João Paulo II, em que o santo Papa afirmou que “o homem é a única criatura que Deus quis por si mesma, e que não pode ser usada como meio, pois possui uma dignidade infinita”.
Esse conceito foi também reiterado muitas vezes pelo Papa Francisco, sobretudo na “Fratelli tutti”, quando reforça que cada ser humano é “sagrado” e merece respeito, proteção e promoção.
Na tradição cristã, essa dignidade está enraizada no mistério da Encarnação: Deus se fez homem, elevando a natureza humana a uma dignidade insuperável. Por isso, a dignidade não se conquista, não depende de mérito, mas é um dom originário e permanente.
Com coragem profética, o documento aponta diversas realidades que atentam contra a dignidade humana e chama à conversão pessoal e social. São elas:
Nesse contexto, a Igreja reafirma seu compromisso em denunciar essas práticas e trabalhar, junto a todas as pessoas de boa vontade, pela construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.
A “Dignitas infinita” reforça um princípio inegociável da ética católica: a defesa da vida humana em todas as suas fases.
Assim, condena com clareza:
A Igreja reafirma o dever de oferecer cuidados paliativos e acompanhamento compassivo, evitando tanto o abandono quanto o encarniçamento terapêutico.
A “Dignitas infinita” é um apelo à consciência: cada cristão é chamado a reconhecer, promover e proteger a dignidade de todas as pessoas.
A Igreja exorta a:
Como afirmou Papa Francisco, a dignidade é o coração do Evangelho:
“Toda vida tem dignidade e merece ser defendida sempre. Não há descartáveis na economia de Deus.”
O texto oficial está disponível no site do Vaticano (vatican.va) e foi traduzido para várias línguas. É recomendado para:
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