Não deu para o Brasil, mas a edição 2023 da Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino, vencida pela Espanha, deu visibilidade a causas importantes e lançou luz sobre direitos conquistados que ecoam para além dos gramados.
A Fifa (Federação Internacional de Futebol) estabeleceu novas regras trabalhistas no ano de 2021 e o torneio realizado na Austrália e na Nova Zelândia já aconteceu com mudanças favoráveis às mulheres.
Uma das protagonistas dessa história é a franco-tunisiana Amel Majri. Ela se tornou mãe em julho do ano passado, o que poderia representar o fim da sua participação no mundial. Mas Amel voltou ao futebol em dezembro, cinco meses após o nascimento da sua filha, e a história pôde seguir o seu curso.
Às vésperas do torneio, a seleção da França chegou ao Centro de Treinamento, o popular CT, de Clairefontaine, com dezenas de atletas. Entre elas, Amel, acompanhada da sua filha, a pequena Maryam. Estava aberto o caminho para ela e muitas atletas mundo afora.
A partir do novo regramento proposto pela Fifa, que torna possível essa presença, o espaço passou por adaptações para acomodar atletas com crianças pequenas. Prática que também pôde ser observada em outros centros e durante toda a Copa do Mundo.
A seleção da França não foi a única. Seis participantes procuraram e receberam auxílio da Fifa para viajar com crianças nesta edição do mundial. Algumas atletas também organizaram o deslocamento dos filhos por conta própria.
Em informações divulgadas à imprensa, a Federação Internacional de Futebol afirmou que também preparou locais para amamentação, disponibilizou cadeiras de crianças para carros oficiais, organizou transportes especiais e disponibilizou equipes para reunir mães e filhos após os jogos.
Ainda há muito a ser conquistado, é verdade. Contudo, pelo menos os primeiros passos foram dados. Crianças como Maryam e toda a geração de filhas de atletas agradecem. Nós, como espectadores e entusiastas da família, também.
A campanha da seleção da Espanha no torneio contou com vitórias contra a Costa Rica e a Zâmbia na fase de grupos. Uma derrota contra o Japão fez com que o time passasse em segundo lugar para o chamado “mata-mata”, quando uma derrota significa a volta pra casa.
Mesmo assim, a equipe eliminou a Suíça nas oitavas, a Holanda nas quartas e a Suécia nas semifinais para conquistar o título na decisão, num jogo emocionante contra a Inglaterra.
A seleção brasileira foi eliminada da Copa do Mundo de Futebol Feminino após um empate sem gols com a Jamaica em seu último jogo da fase de grupos. A Jamaica avançou para as oitavas de final pela primeira vez e as meninas do Brasil retornaram para casa. Mesmo sem Marta, a estrela maior do time, a expectativa agora é para as Olimpíadas de Paris, que acontece em julho do próximo ano na capital francesa.
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