Agosto é o mês destinado a reforçar a importância da amamentação. Intitulada Agosto Dourado, a campanha é um convite a repensar o aleitamento materno e todos os benefícios dele para mães e bebês.
Em um mês tão emblemático, é relevante falar das mães que não conseguem amamentar seus filhos por diferentes motivos, mas que contam com um apoio muito grande nesse momento: as doadoras de leite materno.
Os bancos de leite materno no Brasil surgiram em 1943, com a implantação do Banco de Leite do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz. De lá para cá, muitos recém-nascidos já foram beneficiados com as doações. Além disso, muitas mamães realizaram um gesto de amor doando seu leite materno para outros bebês.
Entre essas mamães está Thásia Jacóme de Sousa. Mãe de dois meninos, conseguiu doar leite materno depois do nascimento de ambos.
“Fui abençoada com a maternidade e leite em abundância. Por isso, doar todo excedente de leite que eu produzia era o mínimo que eu poderia fazer para agradecer a Deus. Consegui doar desde os primeiros dias de amamentação e segui por um período de 8 meses”, disse.
Thásia segura o resultado da coleta de leite que ia para a doação. Um ato de amor que ajudava a salvar vidas
Muitas crianças foram beneficiadas pelo leite materno doado por Thásia. Afinal, a doação do leite colabora com a nutrição de crianças prematuras ou de outras que a mãe não pode amamentar.
“Por ser nutricionista, sei da importância do leite materno como o único alimento que contém anticorpos e outras substâncias capazes de proteger o recém-nascido. Observava na prática que o crescimento e desenvolvimento dos recém-nascidos que recebiam o leite materno eram melhores do que os que não recebiam”, completa.
Desde que foram implementados, os bancos de leite conseguiram reduzir as taxas de mortalidade infantil no país. O principal motivo para isso é que, em bebês prematuros e/ou de baixo peso, com o uso do leite materno doado aumentam as chances de recuperação deles nas UTIs neonatais.
Ao contrário do que se pode imaginar, a doação de leite materno não faz com que acabe o leite da mãe, muito menos que falte para seu filho. Durante a doação, a mulher estimula o corpo a produzir ainda mais leite.
Outro benefício da doação é o sentimento de amor ao próximo e solidariedade.
Thásia comenta que doava duas vezes na semana, mas chegou a doar mais dias para bebês que estavam precisando muito. “Uma das mães e a criança tiveram alta e passaram na minha casa para agradecer. Fiquei muito emocionada”.
Thásia cumpria todos os procedimentos de coleta e conseguia doar semanalmente durante 8 meses. A ação beneficiou muitas crianças e mães
A doação de leite materno é fácil e simples. Para poder doar, basta a mãe ser saudável e não tomar medicamentos que interfiram na amamentação. A quantidade das doações varia de mulher para mulher, e qualquer gota faz a diferença. Afinal de contas, há bebês que precisam, por exemplo, de apenas 1 ml em cada refeição. Desse modo, uma doação de 300 ml pode alimentar até 10 recém-nascidos.
Há vários mitos sobre a doação de leite materno, mas o Ministério da Saúde ressalta que todo o processo é seguro e passa por um rigoroso controle, que envolve análise, pasteurização e controle de qualidade antes do mesmo ser distribuído. A Pastoral da Criança apoia e reforça a importância da doação, auxiliando no contato entre mães que querem ser doadoras e os bancos de leite.
Se você tem interesse em doar, o ideal é procurar informações no Banco de Leite ou na Pastoral da Criança mais próxima da sua casa.
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