Documentário conta de forma lúdica o processo de resgate de pinguins

Documentário conta de forma lúdica o processo de resgate de pinguins
Por Gustavo Beghetto Dias

Supervisão: Maíra Gioia 


No mês de novembro, alunos de dois colégios estaduais da Cidade Industrial de Curitiba foram ao Teatro da Vila para assistir à pré-estreia especial do documentário “Trecho 6”, produzido pela Agência Escola UFPR . A obra aborda o trabalho realizado pelo Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC/UFPR) no resgate e reabilitação de pinguins-de-magalhães encontrados no litoral paranaense.

A produção é um lançamento do projeto “UFPR na sua Vida”, uma coleção de vídeos documentais feitos pela AE que demonstram o impacto das ações e projetos de extensão da Universidade na sociedade.

Mawé conta sua história

Trecho 6 documenta o resgate e reabilitação do pinguim Mawé, encontrado ferido em uma praia do nosso litoral e tratado na sede do LEC em Pontal do Paraná. Na produção do filme, a equipe decidiu ir além da simples observação dos procedimentos do Laboratório e, se valendo de um recurso mais lúdico, deu voz e personalidade aos pinguins com a dublagem. Mawé, personagem principal, é quem narra todos os acontecimentos e procedimentos de sua recuperação até sua soltura. O coordenador do Núcleo de Produção Audiovisual da Agência Escola e um dos diretores do documentário, Thiago Benites, explicou como surgiu a ideia de romper com o formato mais tradicional de documentário.

“A gente pensou em fazer o documentário e se perguntou: como contar a trajetória de um animal que passa por um resgate envolvendo a Universidade?”, disse o coordenador. “Chegamos lá e percebemos que os pinguins eram muito curiosos, assim que a gente ligou a câmera eles ficaram olhando para ela, de forma que parecia que estavam dando um depoimento, e a partir disso nasceu a ideia de eles narrarem a própria história”, conta.

A bióloga Camila Domit, coordenadora do Laboratório e professora do Centro de Estudos do Mar da UFPR, que também esteve presente ao evento de pré-estreia do documentário, falou sobre a sensação de assistir ao trabalho do Laboratório retratado no filme.

“Foi emocionante! Eu agradeço de coração à Agência Escola por esse presente. A gente começou esse trabalho porque acredita que temos a responsabilidade de fazer a diferença pela biodiversidade, e é muito bom ver de uma maneira tão lúdica, contado de uma maneira tão bonita um pouquinho do que a gente vem construindo”, disse.

Interação com a plateia

Ao final da exibição, foi aberta uma roda de conversa na qual Thiago e Camila responderam a perguntas feitas pela plateia sobre o documentário e o trabalho do LEC. As crianças aproveitaram para tirar dúvidas e aprender ainda mais sobre a vida dos pinguins e a preservação do ambiente marinho.

“Eu entendi que não pode jogar lixo no mar porque isso pode ser muito prejudicial à saúde dos animais, eles podem acabar morrendo por consumir lixo achando que é comida. Os humanos têm que ser bem mais conscientes”, contou Helena Borges, aluna do 6º ano do Colégio Estadual Lúcia Bastos.

Estudantes no momento do bate-papo com os idealizadores do documentário. Foto: Agência Escola UFPR

A coordenadora geral da Agência Escola, Regiane Ribeiro, falou da importância do evento como meio de aproximar ainda mais o trabalho do projeto do público mais jovem.

“Eu acho que a iniciativa desse documentário voltado para um público infanto-juvenil é extremamente importante dentro da preocupação que a Agência Escola tem de dialogar com a educação básica. A gente precisa não somente divulgar ciência, mas também educar essas crianças e adolescentes sobre a importância dela. Tão importante quanto a gente narrar, contar histórias, é também estar próximo desse público e perceber que nele está o futuro cientista e da Universidade”, disse.

Coordenadora geral da Agência Escola, Regiane Ribeiro (à esquerda), e bióloga Camila Domit. Foto: Agência Escola UFPR

Transformar atitudes

A bióloga Camila Domit também destacou a importância da divulgação científica como meio de transformar as atitudes da sociedade em relação ao meio-ambiente.

“A gente só vai alcançar uma mudança na nossa sociedade, na nossa condição ambiental, se a gente tiver todo mundo engajado. É a divulgação científica que vai nos proporcionar falar sobre ciência de uma maneira traduzida, envolvente e engajadora para toda a sociedade. Eu vejo a divulgação científica hoje como principal frente de mudança e formação de uma sociedade mais crítica, mais preocupada com o seu bem-estar e com as próximas gerações”, comentou a coordenadora do LEC.

Como coordenador de um dos núcleos da Agência Escola, Thiago destacou o trabalho coletivo e o aprendizado na produção do filme.

“A gente preza muito pelo processo experimental, até porque a gente trabalha com estudantes. Então dessa forma é sempre uma troca, os alunos estão aprendendo, mas ao mesmo tempo a gente tem a responsabilidade de entregar um produto com qualidade profissional, e é isso que faz a diferença. Filmar um documentário é sempre uma experiência muito rica e grandiosa para quem está participando disso”, disse.

O documentário “Trecho 6”, produzido pela Agência Escola, será lançado oficialmente em 2025, de forma gratuita, nas plataformas digitais.

 

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