Espetáculo teatral, documentário, palestras, cursos, tema de enredo de escola de samba e encontros nacionais com palhaços de todo o Brasil. Dentre tantas atividades desenvolvidas em 31 anos de atuação, seguramente nada supera o encantamento e a esperança levados diariamente a corredores e leitos de hospitais pelos artistas Doutores da Alegria.
Um jaleco, nariz vermelho, sapato grande, instrumentos musicais e brinquedos, às vezes uns óculos, também uma peruca formam um dos personagens mais conhecidos do país: o doutor palhaço. O encontro mágico com os pacientes, muitos deles atravessando tratamentos longos e dolorosos, muda o clima do ambiente e os sorrisos surgem no lugar da dor e sofrimento.
Doutores da Alegria é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que introduziu a arte do palhaço no universo da saúde. Eles intervêm junto a crianças, adolescentes e outros públicos em situação de vulnerabilidade e risco social em hospitais públicos.
Fundada pelo ator, palhaço e empreendedor social Wellington Nogueira em 1991, a associação transita pelos campos da saúde, da cultura e da assistência social e é reconhecida e premiada internacionalmente pelo impacto de suas ações. Em 2016, com um nova governança, atualizou sua missão para uma tarefa institucional que reforça, entre outras diretrizes, a cultura como um direito de todos.
Desde o início, optou por contratar profissionais formados em Artes Cênicas e com experiência na linguagem do palhaço. Apesar do trabalho ser gratuito para os hospitais e o público, a ação é artística e os profissionais não são voluntários.
“A maneira como optamos por nos estabelecer, valorizando o trabalho profissional, foi para gerar conhecimento e legado para futuras gerações”, conforme explicação do site oficial da organização.
Com o Programa de Palhaços em Hospitais, coração da organização, os Doutores da Alegria já realizaram mais de dois milhões e trezentas mil intervenções junto a crianças hospitalizadas, seus acompanhantes e profissionais de saúde. Nos encontros semanais com as crianças em 8 hospitais de São Paulo e 4 em Recife, as duplas de palhaços subvertem a rotina hospitalar e propõem novos sentidos para a experiência de internação.
No Rio de Janeiro, com o projeto Plateias Hospitalares, desenvolvem a curadoria de uma programação artística permanente e gratuita, que inclui teatro, música, dança, circo e poesia em 7 hospitais públicos e ampliam as relações entre arte e saúde.
A Escola Doutores da Alegria dispõe de cursos, palestras e programas. Entre suas iniciativas se destaca o Programa de Formação de Palhaço para Jovens, que oferece a jovens em situação de vulnerabilidade social uma iniciação na carreira artística. A organização desenvolve ainda espetáculos e intervenções urbanas como forma de compartilhar sua experiência com a sociedade.
O trabalho é gratuito para os públicos beneficiados, mas não é voluntário. De acordo com postagem em uma rede social, os palhaços são artistas profissionais, remunerados pela associação. Uma das razões para isso é a manutenção do trabalho, para que não ocorram interrupções. O trabalho contínuo melhora o ambiente hospitalar e traz benefícios às crianças, aos pais e profissionais de saúde, de acordo com a publicação. Além disso, há formação continuada dos artistas que vão aos hospitais, que não pagam nada para recebê-los.
Existem muitas maneiras de contribuir com a organização. Elas estão disponíveis no site oficial dos Doutores da Alegria, tanto para pessoas físicas como para empresas, de forma regular ou eventual.
Além disso, há grupos inspirados nos Doutores da Alegria que trabalham com palhaços voluntários em hospitais e outros ambientes. Você pode procurar por um desses grupos e se juntar a ele, caso deseje se integrar ao voluntariado.
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