Em 22 de maio deste ano, aconteceu um encontro de alguns protagonistas da rede mundial de escolas católicas, que somam mais de 240 mil no mundo, para falar sobre as potencialidades e os desafios da missão educativa.
Alguns dias depois, foi publicada uma carta conjunta do Dicastério* para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e do Dicastério* para a Cultura e a Educação. O texto fala sobre a missão educativa das escolas católicas, seus principais desafios atuais, como a queda da natalidade e a pobreza extrema.
“Com efeito, onde fecha uma escola diocesana ou religiosa, apagam-se do ambiente educativo os vestígios da história daquela única Igreja local, do carisma inconfundível daquela família religiosa”, diz a carta sobre o cenário de fechamento de instituições.
Além disso, a mensagem estimula a comunidade católica e envolvida na educação a promover iniciativas criativas e vibrantes, que visem à partilha.
“Pensar na educação é pensar nas gerações futuras e no futuro da humanidade. É algo profundamente arraigado na esperança e exige generosidade e coragem”, declarou recentemente Papa Francisco sobre a importância de educar.
Sobre a educação católica, o Pontífice afirmou em 2015 que esse é um dos desafios mais importantes da Igreja:
“As instituições educativas católicas oferecem para todos uma proposta educativa que visa o desenvolvimento integral da pessoa e que responde ao direito de todos a ter acesso ao saber e ao conhecimento. Mas também são chamadas a oferecer a todos, com pleno respeito à liberdade de cada indivíduo e aos métodos próprios do ambiente escolar, a proposta cristã, isto é, Jesus Cristo como sentido da vida, do cosmos e da história”, declarou.
O ensino religioso nas escolas é constantemente tema de debate. Em 2008, a Santa Sé e o Governo brasileiro assinaram um acordo que selou por um lado a saudável laicidade do Estado, e por outro, garantiu o livre exercício das atividades da Igreja em todos os âmbitos de sua missão.
Ao comentar o assunto três ano depois, Papa Bento XVI reiterou a importância do ensino religioso nas escolas, disse que o ensino da religião não prejudica a laicidade do Estado e lembrou o direito dos pais de educar seus próprios filhos, contribuindo desse modo ao bem comum.
O acordo diplomático prevê “o ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas” como disciplina facultativa das escolas públicas de ensino fundamental.
No Brasil o ensino religioso é permitido tanto nas escolas particulares quanto nas públicas. Contudo, a rede pública tem regras a seguir. De acordo com a Constituição e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), ele deve ser facultativo, precisa assegurar o respeito à diversidade de credos e não tentar impor um dogma ou converter alguém.
O artigo 33 da LDB determina que as escolas definam o conteúdo a ser ensinado e a escolha dos professores, o que antes era atribuição do Estado. A Constituição Federal estabelece que a oferta do ensino religioso deve ser obrigatória nas escolas da rede pública de ensino fundamental, com matrícula facultativa – ou seja, cabe aos pais decidir se os filhos vão frequentar as aulas.
Apesar da obrigatoriedade, ainda não há uma diretriz curricular para todo o país que estabeleça o conteúdo a ser ensinado. A LDB de 1996 definiu que cada estado deve criar normas para a oferta da disciplina, o que abriu espaço para uma variedade de modelos adotados em cada rede de ensino.
*Dicastério: departamentos do governo da Igreja Católica
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