Somos convidados nesta semana a voltar as atenções para a família, já que estamos em plena Semana Nacional da Família, que tem como tema a “Amor familiar, vocação e caminho de santidade”. O tema escolhido é o mesmo do X Encontro Mundial das Famílias, que foi celebrado em junho.
E na família, o amor se traduz em gestos concretos. Por isso, neste ano, meu desejo é que a família volte a ser o que é: uma transmissora de vida e fé.
Família, volta a ser o que tu és, um lugar da presença de Deus. E Deus está, muitas vezes, no silêncio de uma consciência em paz de quem busca a Deus, de um pai e uma mãe que pedem discernimento, no silêncio de uma família que dá as mãos e reza. Numa cumplicidade de um marido e mulher, porque Deus raramente vai falar quando há muito barulho, mas não estou falando de um barulho externo, e sim de um barulho interior, que ensurdece quando não aquietamos a alma e serenamos os sentimentos.
Família, volta a ser o que tu és, lugar de comunhão. A família nasce do amor e só tem sentido no amor, pois vem de Deus. O criador quis que o homem tivesse a mulher como companheira e participassem da obra da criação.
A família é a primeira escola a nos ensinar a ser comunhão de amor, onde pessoas devem educar e se educar, pois formam uma comunidade de pessoas que vivem em comunhão. É na família que se aprende a viver a generosidade, a unidade, a solidariedade, a partilha, a fé e a crescer a consciência de serem administradores dos próprios bens e dos bens comuns e da natureza.
A família é lugar de comunhão porque não visa o bem individual, mas o bem uns dos outros. E, como núcleo de comunhão, a família deve participar da vida da comunidade, trabalhando com outros, servindo como um só corpo.
O que sustenta essa missão de ser comunhão é o amor. O amor que deveria ser incondicional como nos ensina São Paulo. Um amor que é paciente, bondoso. Que não tem inveja, não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1Cor 13,4-7).
Família, volta a ser o que tu és, um lugar de crescimento. “A família é principal lugar de crescimento de cada um porque é através dela que o ser humano se abre à vida e à exigência natural de relacionar-se com os outros”. (Papa Francisco)
É no ambiente familiar que fazemos nossas primeiras experiências de vida, aprendemos a falar, a andar, a sorrir, a compartilhar as pequenas conquistas com aqueles que nos cercam.
São os pais os primeiros transmissores da fé, como exortou o Papa Francisco:
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