A divulgação do resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), nesta terça-feira (28), confirmou o ingresso de milhares de estudantes de todo o Brasil no Ensino Superior já em 2023.
O mesmo resultado que representou a alegria de muitos, porém, acabou frustrando outros candidatos, que também buscavam uma vaga em uma universidade e não conseguiram obter sucesso, tendo que adiar a realização desse sonho. Uma frustração que exige atenção dos mais próximos. Dos familiares, em especial.
A psicóloga Taciana Chiquetti afirma que a primeira coisa a se fazer é os pais e responsáveis trabalharem a própria expectativa que eles têm sobre o adolescente, procurando não projetar nele ou nela desejos que são seus, o que passa, inclusive, pela escolha da profissão.
Segundo ela, é importante que essa ponderação seja feita, para que o adolescente possa seguir o seu caminho de maneira “autêntica”, sem a pressão extra do “era o sonho do meu pai ou da minha mãe”.
Taciana explica que o segundo passo é toda a família compreender que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova que determina o resultado dos estudantes no Sisu, é um processo que leva tempo, acúmulo de estudos e preparo emocional e que pode não resultar em êxito na primeira tentativa.
“Não acontecer na primeira vez ou na segunda não é um problema, é só uma característica desse processo contínuo de preparação. É claro que a frustração tem um impacto, mas é preciso ter em mente que ela faz parte do processo. Os altos e baixos fazem parte de qualquer construção”, explica ela.
Para a psicóloga, o caminho a ser percorrido após a frustração é os pais e responsáveis ajudarem o adolescente a entender que a vida não se resume ao sucesso no Enem e que “o valor dele ou dela não será definido por um resultado”. Afinal, “a prova é apenas o retrato de um momento”.
Outro ponto que, de acordo com Taciana, ajuda nesse processo: não tentar buscar explicações, os famosos “ses”. Frases como “você deveria ter estudado mais” ou “você deveria ter saído menos” não são bem-vindas neste momento. “Nada de julgamentos nessa hora”, alerta ela, pois eles vão apenas “reforçar os conflitos internos”.
Taciana conta que o mais importante é tentar passar pela frustração de uma maneira natural, já que experiências como essa fazem parte da vida.
“Essa frustração pode impulsionar o adolescente ou deprimi-lo, o que vai determinar isso é como ele e os que estão em volta vão lidar com a questão”, afirma ela.
A hora agora, segundo a psicóloga, é de descanso, para que as energias possam ser recarregadas e novos planos, com tranquilidade, possam ser traçados. O estímulo sem cobranças da família, mais uma vez, como conta ela, será de extrema importância, para uma caminhada “segura, livre de pressões e devidamente encorajada”.
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