Gratidão e esperança

Gratidão e esperança

Despedimo-nos de 2021, e esse foi, sem sombra de dúvida, um ano dos mais desafiadores dos últimos tempos. Fomos afetados pela pandemia em várias áreas de nossa vida. A palavra para expressar o alívio que estamos vivendo, embora a pandemia não tenha acabado, mas amenizado, é gratidão.   

Gratidão porque, com a graça de Deus, apesar das perdas, e de todo sofrimento, conseguimos chegar até aqui. Um novo ano se inicia e a palavra, ou melhor, a virtude para encararmos esse novo tempo é esperança. 

Esperança para traçar objetivos, planejar, sonhar, recomeçar e renovar as forças. Esperança para ressignificar os sofrimentos, nos reconstruir e nos prepararmos para o ano que começa.  

Mesmo diante das dificuldades, mesmo em tempos de incertezas, ter um projeto de vida é uma necessidade e uma experiência real e intensa de todo ser humano. Sonhar também faz parte da vida. Sem sonhos, começamos a morrer ou vivemos para realizar os sonhos de outros. Então, é importante planejar, ou seja, saber onde queremos chegar e traçar estratégias para isso, o que abrange todas as esferas da vida: pessoal, espiritual, familiar, além das atividades profissionais, sociais e financeiras. Se não temos um projeto de vida, perdemos o rumo e não chegamos a lugar algum.  

A palavra esperança vem do latim: sperare. Mas, Esperança é diferente de espera. Esta última, implica em algo ou alguém que poderá chegar ou não, caminha no plano das possibilidades de ocorrer ou de nunca acontecer. Quanto à esperança, é a certeza de que algo ou alguém, não importa as condições contrárias nem o tempo que demore, chegará. 

 É o sentimento que, embora os sofrimentos e contingências enfrentadas estejam ali, nos leva a olhar para o futuro acreditando e considerando que será melhor.  

Porém, a esperança nunca é passiva. Como disse o Papa Francisco em sua catequese sobre o assunto: “Para esperar é preciso erguer-se, levantar a cabeça, estar atento e vigiar, orar: tais são os verbos ativos que manifestam o que faz a grandeza do homem”.  

Santo Agostinho, assim se referiu: “A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem. A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.” 

É essa virtude, a esperança cristã, que nos leva a ter convicção, coragem e confiança em Deus e em Sua Palavra e a promover as mudanças em nossa vida, em nossa família e em nossa sociedade.    

Neste novo ano que começa como uma página em branco, para continuarmos a escrever ou reescrever a nossa história, olhemos para frente com essas duas virtudes: fé e esperança. Também com a coragem de lutar e transpor os desafios que vierem.  

  Tudo que vivemos nesta pandemia deixará marcas, mas tenhamos a certeza de que provações passam, a esperança e a paciência triunfam. 

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