Hóstia: o alimento que se transforma na nossa salvação

Hóstia: o alimento que se transforma na nossa salvação

Está escrito no Evangelho de João, capítulo 6, versículos 53 e 54:

“Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”, disse-nos Jesus.

A fala de Nosso Senhor que se refere ao “pão que desceu dos céus” aconteceu em uma sinagoga na cidade de Cafarnaum e, segundo o Padre Eduardo Reis, nos faz ter a certeza de que Jesus está presente nas hóstias consagradas. “Elas contêm o corpo e o sangue dele”, afirma.

Para reforçar isso, o religioso relembra a primeira missa celebrada por Jesus, na qual Ele disse: “Fazei isso em memória de mim”. E todas as vezes que os sacerdotes repetem o gesto, nas missas, eles evocam o Espírito Santo para consagrar o pão e o vinho, que se tornam carne e sangue, após a consagração.

É em razão do status de sagrado que o alimento possui que a expressão “pela hóstia consagrada” se tornou popular, principalmente nos sertões do Brasil. Usada quando as pessoas querem afirmar ou indagar algo ou, ainda, reagir a uma situação, além de significar que aquilo que é falado tem importância. É uma variação de “pelo que há de mais sagrado”, igualmente encontrado país afora, só que com uma menção direta ao alimento que se transforma no corpo do Senhor.

Ato de amor

Padre Eduardo Reis chama a atenção para o fato de que, quando recebemos o corpo do Senhor, estamos demonstrando o nosso amor por Ele. “Comer o pão é amar Jesus”, resume o religioso. Isso porque a hóstia permite uma união a Ele, representa a nossa vontade de estar com Ele, “um compromisso nosso com o Senhor”.

“Cada comunhão que recebemos exige de nós que passemos a gerar vida onde existe morte, gerar esperança onde existe desânimo, alegria onde reina tristeza”, afirma.

A Eucaristia, portanto, deve ser entendida como um sacramento de amor.

A escolha pelo pão

Jesus podia ter escolhido qualquer alimento para representar o seu corpo, lembra Padre Eduardo Reis. Mas quis o Senhor ficar na aparência de pão, um alimento fácil e simples, que todos têm acesso.

“Se fosse outro alimento raro e de preço elevado, os pobres ficariam privados dele”, explica o religioso.

Essa escolha também demonstra que, na Eucaristia, não há diferenças entre ricos e pobres, pretos e brancos, pois “todos comungam do mesmo pão”.

Antes da consagração, apenas um alimento simples. Depois, o corpo de Cristo, a nossa salvação na Eucaristia

Produção nacional

Minas Gerais é um dos estados do Brasil que mais concentra a produção de hóstias. A fábrica Nossa Senhora de Fátima, por exemplo, tem uma elevada produção diária: são aproximadamente dois mil pacotes. Cada um deles vem com 50 unidades. Isso nos leva a uma conta de quase 100 mil hóstias por dia.

A receita, como conta o gerente administrativo Ari Brum Júnior, é invariável: apenas farinha de trigo e água. Segundo ele, trata-se de uma orientação litúrgica, dada pelo Vaticano.

De um modo geral, o processo de fabricação consiste em misturar partes iguais de farinha de trigo e água numa batedeira. A massa é despejada em pequenas quantidades numa máquina onde é assada para formar placas. Estas seguem para um período de descanso em estufa e, então, vão para corte. Nessa etapa, são usados gabaritos que permitem realizar  o corte de muitas hóstias de uma vez só. Em seguida, é feita uma seleção, a fim de que todas estejam inteiras e sem defeitos. Por último, são embaladas.

A distribuição se dá em todo o Brasil e as hóstias podem se transportadas por um caminhão ou de avião.

Há três tipos de hóstia: a magna e a média, usadas pelo celebrante, em tamanhos maiores, para serem vistas pelos cristãos no momento da elevação. E as partículas de hóstias, servidas aos fieis. 

Cuidado com as hóstias

Pelo valor litúrgico que possuem, as hóstias exigem cuidados especiais. Antes de serem consagradas, elas ficam na sacristia e “é preciso ter zelo com elas”, ressalta Padre Eduardo Reis:

“Guardadas em ambientes onde ventila, em vasilhas dignas para guardá-las”.

No momento certo, são levadas ao altar.

Sacrário: local onde ficam guardadas as hóstias consagradas

As hóstias que sobram, não utilizadas naquela celebração, vão para o sacrário, pequeno cofre colocado sobre o altar, para a adoração ou são levadas aos doentes. “Não há desperdício”, garante.

É como está escrito em Salmos 69,10: “O zelo da tua casa me consome”. Os cuidados são necessários. Afinal, como resume Padre Eduardo Reis:

“Não recebemos apenas um pão, recebemos Jesus e a salvação”.

O que você achou desse conteúdo?

Deixe seu comentário sobre o que você achou do conteúdo.

Aceito receber a newsleter do IDe+ por e-mail.

Comentários

  • Muito bom não sabia como era feita as ostias
    Muito boa a matéria sobre as ostias

Cadastre-se

Cadastre-se e tenha acesso
a conteúdos exclusivos.

Cadastre-se

Associe-se

Ao fazer parte da Associação Evangelizar É Preciso, você ajuda a transformar a vida de milhares de pessoas.

Clique aqui

NEWSLETTER

IDe+ e você: sempre juntos!

Assine nossa newsletter, receba nossos conteúdos e fique por dentro
de todas as novidades.