Querido povo de Deus, estamos chegando ao final do ano litúrgico, diferentemente do calendário civil, o litúrgico tem seu final com a Solenidade de Cristo Rei. Nos tempos atuais, quando não vivemos a monarquia, só sabemos sobre o assunto com o que vemos em filmes, com o que aprendemos em história.
Então, pode parecer até estranho falar em “Cristo Rei”, e corremos o risco de cometer um equívoco ao compará-Lo aos moldes do reino deste mundo. Portanto, ao proclamar Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, precisamos compreender de que reino se trata.
Interessante que quando Jesus admite ser Rei, não estava num momento glorioso, num momento de reconhecimento. Pelo contrário, Ele estava despojado de tudo, estava seminu, ensanguentado, fragilizado, humilhado, já tinha passado a noite apanhando, estava com fome e no momento mais frágil da sua vida.
É neste contexto que, frente a um homem desfigurado pela dor, Pilatos pergunta: ”Tu és o Rei dos Judeus?” Precisamente, quando qualquer hipótese de um reinado glorioso e triunfalista em Jesus tinha sido apagado Ele admite: “Eu Sou Rei” (Jo 18, 33b-37).
Ao proclamarmos Jesus Rei, tenhamos consciência que esse Rei perdoou uma pecadora em praça pública, então o seu reinado é de perdão. Que esse Rei matou a fome de mais de cinco mil pessoas, seu reinado é da partilha e da caridade.
Sabemos que esse Rei lavou os pés dos Apóstolos, é um Rei que veio para servir. Esse Rei se levantou contra os opressores pedindo justiça, respeito, amor, então é um reino que prega a igualdade.
Portanto, Ele nos mostra o que falou a Pilatos, que Seu Reino é diferente de tudo o que imaginamos e nós somos chamados a fazer parte deste Reino. O trono da graça do Rei Jesus é a Cruz, a coroa foi de entrega, de espinhos. O cetro de Jesus foi o do pastoreio.
Antigamente, quando se lutava numa guerra preservava-se o rei, porque se no combate ele fosse morto, a guerra estava acabada e perdida. Vejam, Jesus está para ser morto quando Ele diz “Eu Sou Rei”, não para acabar a guerra, para aqueles que acreditavam Nele desistissem de lutar, mas porque Ele ressuscitaria e ressuscitado a vitória é certa.
Então, mataram sim o Rei, mas o Rei Ressuscitou. Quem acreditava nesse Rei não perdeu a batalha, porque o Rei está vivo e a luta continua. Porém, não uma luta com armas, não uma luta de favores, não uma luta de questões econômicas, meus irmãos isso é do mundo e Jesus, pela sua vida, tentou mostrar de todas as formas, que nós devemos combater com as armas do amor e da caridade. Combater pelo serviço, acolhendo uns aos outros como irmãos, lavando os pés e perdoando.
Jesus é Rei, Vivo Ressuscitado, o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim de tudo. Deixemos que Ele reine em nossas vidas, em nossos corações e sejamos construtores do Seu Reino de amor, paz e justiça!
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