Há quem diga que todas as religiões são iguais e Deus é o mesmo. Se assim o fosse, não haveria razão para evangelizar. Se tudo é igual, como entender a Palavra de Jesus para cada um de nós?
“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15) foi um mandamento de Jesus, cuja primeira palavra, “ide”, quer dizer vão, se disponham, caminhem, se movimentem, saiam, preguem pelo mundo inteiro. Isso significa ir além de nossa família, de nossa casa, de nossas Igrejas paroquiais e além do nosso Estado, pois o mundo é muito grande. “Ide pelo mundo inteiro” para anunciar a Palavra, anunciar Jesus e proclamar a sua Boa Nova.
Paulo tinha uma vida exemplar, uma vida fiel, não conhecia a Jesus, mas era piedoso servo de Deus numa facção muito rígida do judaísmo, os fariseus. Paulo era um homem de oração diária e temente a Deus que praticava o jejum, mas desconhecia Jesus e quando o encontrou, converteu-se e anunciou Jesus por onde passou.
Paulo foi itinerante, não parava, por isso é chamado de Apóstolo de todos os povos. Mesmo quando foi preso, Paulo evangelizou. Ele ficou muitos anos preso. Amarram-lhe uma corrente nas pernas que o prendia ao chão e por ser um cidadão romano, prenderam seus pés a um soldado romano. Amarram-lhe as pernas, mas esqueceram de prender suas mãos. Com as mãos e sua língua livres, Paulo pregou e escreveu para todas as comunidades corrigindo, chamando atenção, animando.
Cito Paulo como exemplo para que se perceba que nós temos um mundo a evangelizar. Perceba que onde moramos, onde trabalhamos, por onde passamos do jeito que sabemos, não podemos deixar de falar de Jesus e da importância do Batismo. As famílias não podem perder a tradição, a formação católica e sua pertença a Deus. Somos chamados a ser “Paulo” no meio em que vivemos.
Nos dias de hoje, o maior ateísmo que estamos vivendo é a indiferença. Indiferença na fé, na Igreja, na Eucaristia e na Palavra. Com certeza evangelizar não é um trabalho fácil, os obstáculos são muitos. As pessoas estão pouco dispostas a ouvir e a se comprometer, mesmo quando se trata da própria família. Que isto não assuste a ninguém, pois o próprio Jesus nunca disse que seria diferente. No entanto, estejamos cientes que, quanto mais nos criticarem, mais devemos nos alegrar, porque mais certos estaremos de ser autênticos discípulos de Jesus.
Amar a Deus como forma meramente abstrata de divindade não basta, é preciso a conversão em Jesus o Cristo, na Trindade e pelo Batismo. Essa é a nossa identidade. Jesus recrutou, chamou e enviou, porque a messe é grande e poucos estão dispostos a trabalhar. Àqueles que se dispõe à missão, entre muitos aspectos, Jesus deixou como sinal o dom de curar. Os sinais e em particular a cura não são a missão por excelência, mas a cura dos enfermos é o sinal da chegada do Evangelho.
O grande revelador da vontade do Pai: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15). “Curai” os cegos que não querem enxergar e seguir as pegadas do Senhor. “Curai” os surdos que não se abrem à Palavra de Deus que ensina, corrige e santifica. “Curai” os paralisados à beira do caminho que desistiram de construir uma sociedade e relações mais humanas. “Curai” os de espírito impuro que, movidos por razões meramente humanas e mundanas, destroem o planeta em que vivemos.
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