Máscaras de tecido ainda são eficazes? Cientistas esclarecem dúvidas

Máscaras de tecido ainda são eficazes? Cientistas esclarecem dúvidas

As máscaras, assim como o distanciamento social, são fortes aliadas na prevenção da Covid-19. Existem diversos modelos e tipos no mercado, entre as descartáveis, já comumente usadas por profissionais da saúde, e as de tecido, que variam entre modelos e materiais.

“Até que a vacinação em massa não ocorra no mundo todo, a principal forma de proteção individual e coletiva se dará por esses cuidados: distanciamento social, uso de máscara e higiene de mãos”, reforçam cientistas da UFPR.

Mas será que as máscaras de tecido realmente funcionam? O que sabe até o momento sobre essa forma de proteção? A série Pergunte aos Cientistas, da Agência Escola UFPR, respondeu essa e outras perguntas na edição “Cuidados redobrados: momento mais crítico da pandemia”.

“Minha dúvida é quanto às ofertas de máscaras: qual a mais eficaz, como higienizar e durante quantas horas elas estão realmente protegendo?” (Liliane M. S. da Silva)

Cientistas UFPR – Olá, Liliane. As máscaras mais eficazes são aquelas com mais camadas ou feitas com materiais menos porosos. As máscaras de tecido podem ser usadas em ambientes abertos, onde não há muitas pessoas, e, quando possuem três camadas, conferem alta proteção, se respeitado o distanciamento social. Essas máscaras devem ser usadas por duas a três horas ou substituídas quando ficarem úmidas. A higienização é feita deixando a máscara de molho em água sanitária diluída em água (duas colheres de sopa de água sanitária em um litro de água) por 30 minutos e depois lavando normalmente com sabão. Deixe secar e passe a ferro antes de usar novamente. As máscaras cirúrgicas descartáveis, que podem ser compradas em farmácias, apresentam três camadas e são bastante efetivas para proteção, podendo ser usadas para ir ao mercado, por exemplo. Após duas a três horas, ou antes, se estiver úmida, a máscara deve ser descartada no lixo do banheiro.

A máscara mais eficiente é a N95 ou PFF2, produzida com material bem compacto, o que garante uma alta proteção. Essa máscara tem a vantagem de vedar bem o espaço acima do nariz e as laterais do rosto, diminuindo bastante a chance de contaminação. Se você precisa frequentar locais com muitas pessoas, utiliza transporte público em horários de pico ou trabalha na área de saúde, essa máscara é a mais indicada. Essa máscara é reutilizável e não deve ser lavada. Você pode usá-la por duas a três horas e depois deixá-la “descansando” por três dias, para então utilizá-la novamente. Se você precisa frequentar um local com muitas pessoas e não deseja adquirir uma máscara N95 ou PFF2, pode usar duas máscaras, uma cirúrgica descartável e outra de tecido. Isso garante uma proteção extra, mas lembre-se sempre de manter o distanciamento.

Foto: Nothing Ahead/Pexels

“Qual a melhor maneira de se proteger em relação ao álcool e à máscara? Todas as pessoas devem usar máscara e face shield?” (Giovanna Ferrari, 18 anos, estudante, Criciúma-SC)

Cientistas UFPR – Olá, Giovanna. A lavagem das mãos é uma ferramenta muito importante e eficaz para prevenir a transmissão do vírus. Os órgãos de saúde recomendam a lavagem das mãos com água e sabão sempre que possível. No entanto, quando a lavagem das mãos for inacessível, recomenda-se o uso de álcool em gel (com pelo menos 60% de álcool). O álcool em gel deve ser aplicado e espalhado de modo a cobrir as mãos e dedos (incluindo as unhas) até que a pele fique seca.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) as máscaras são recomendadas como medida de supressão da transmissão e ferramenta para salvar vidas. A OMS indica os seguintes passos para o uso de máscara:

  1. Lavagem das mãos (ou uso de álcool em gel) antes de colocar a máscara, assim como antes e depois de retirá-la ou após qualquer momento que você tocá-la.
  2. Usar a máscara de forma a cobrir totalmente o nariz, a boca e o queixo.
  3. Enquanto estiver em uso, evitar tocar a máscara.
  4. Quando retirar ou trocar a máscara, ela deve ser colocada em sacola plástica.
  5. Máscaras de tecido devem ser lavadas todos os dias, e descartadas em lixo adequado se forem máscaras médicas.
  6. Máscaras com válvulas não devem ser usadas, pois se quem a usa estiver contaminado poderá liberar partículas virais pela válvula e contaminar outras pessoas.

As máscaras devem ser utilizadas em locais fechados e com pouca ventilação (transporte público, aeroportos, local de trabalho etc). Além disso, elas devem ser utilizadas independentemente da distância entre as pessoas. Máscaras muito largas para o rosto, máscaras feitas de materiais que dificultam a respiração ou material com frestas, ou ainda máscaras contendo apenas uma camada de tecido devem ser evitadas, pois não protegem suficientemente e dão a sensação de “falsa” proteção.

As máscaras podem não ser necessárias quando se está sozinha em local aberto ou em casa com os familiares que moram com você. No entanto, algumas áreas abertas para público exigem o uso de máscara e para isso é necessário verificar o que cada local ou cidade estipula para esse caso.

Os face shields não são substitutos para as máscaras. Apesar de permitidos como uma ferramenta adicional para a proteção dos olhos, eles não cobrem completamente a boca e o nariz contra gotículas respiratórias. Devem ser utilizados juntamente com máscara e nunca sozinhos. São uma proteção a mais, mas não há necessidade de todas as pessoas utilizarem, as máscaras adequadas ainda são a proteção facial mais recomendada.

Pergunte as Cientistas

Participaram dessa edição do Pergunte aos Cientistas os pesquisadores Emanuel Maltempi de Souza, professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular e presidente da Comissão de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 da UFPR; Alexandra Acco, Cristina Jark Stern e Juliana Geremias Chichorro, professoras do Departamento de Farmacologia; Carlos Henrique Alves Jesus e Maria Carolina Stipp, pós-graduandos do Programa de Farmacologia da UFPR; Patrícia Dalzoto, professora do Departamento de Patologia Básica; Juliana Bello Baron Maurer e Luciano Henrique Campestrini, pesquisadores do Núcleo Paranaense de Pesquisa Científica e Educacional de Plantas Medicinais (NUPPLAMED-UFPR); Geraldo Picheth, docente do Departamento de Análises Clínicas; e Roseli Wassem, professora do Departamento de Genética da Universidade.

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