Mulheres da Bíblia: conheça a história de Rebeca e as lições de persistência e humanidade

Mãe de Esaú e Jacó, esposa de Isaque e filha de Betuel. Essas são algumas formas pelas quais Rebeca é conhecida. “Rebeca é abençoada para ser a mãe de milhões de pessoas. Ela casa-se com Isaque” (Gênesis 24,60–67). Contudo, a mensagem que a Bíblia passa vai além. É sobre fé, persistência, humanidade e compreensão dos planos de Deus.

Duas lições da história de Rebeca são também a importância da oração e a compreensão das consequências de nossas ações. Rebeca e Isaque se dedicaram por 20 anos a orações para alcançar a graça de ter filhos. Mulher temente a Deus, ela não desistiu diante da infertilidade. Seu coração era cheio de esperança e recebeu a promessa divina: “Duas nações estão em seu ventre, dois povos nascem de suas entranhas; um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá ao mais jovem” (Gênesis 25,23).

Embora fosse uma mulher piedosa e temente a Deus, assim como todos os seus filhos, precisava enfrentar conflitos internos e externos, era falha e suscetível ao erro. Quando a família foi formada, Esaú se tornou o favorito de Isaque, já que caçava e isso agradava seu pai, pois levava comida para a família. Jacó, que era mais pacato e ficava mais em casa, era o preferido de Rebeca. Esses conflitos geraram muitos problemas entre eles.

Na tentativa de que a profecia divina se cumprisse, ela interviu para que Jacó, o mais jovem, recebesse a bênção da primogenitura de seu pai. Ela escolheu um caminho que, à primeira vista, poderia ser interpretado como uma trapaça.

Quando Isaque estava velho e cego, ele chamou Esaú para dar a bênção. O filho mais velho tinha saído para caçar e Rebeca chamou Jacó para tomar a bênção. Ela preparou comida para Isaque, vestiu Jacó com as roupas de seu irmão e colocou peles de cabrito em seus braços para se parecer com Esaú, que era peludo (Gênesis 27,15-17). O pai foi então enganado e Jacó recebeu a bênção da primogenitura. Esaú havia nascido antes de Jacó e era ele quem tinha direito à primogenitura, que significa, principalmente, ser o responsável pela linhagem da família.

O engano teve consequências profundas e a separou do filho amado, que teve que ir para longe. Rebeca, ao perceber a ira de Esaú e seu desejo de vingança contra Jacó, agiu com sabedoria. Ela sugeriu a Isaque que Jacó estava pronto para encontrar uma esposa e propôs a ideia de enviá-lo à sua terra natal em busca de uma mulher entre seus parentes (Gênesis 27,46).

Embora tenha salvado a vida de Jacó, enfrentou a amarga consequência de nunca mais vê-lo. A conduta teve como resultado a perda da companhia de seu filho favorito na velhice. No entanto, ao final, a intervenção divina transformou essa situação em uma bênção para Jacó, que, apesar das circunstâncias, tornou-se o patriarca das 12 tribos de Israel. 

Essa história mostra que é preciso compreender que, muitas vezes, a vontade divina se manifesta de maneiras inesperadas, até mesmo por meio de falhas e fraquezas, e traz lições de fé e humildade. Afinal, a vida cristã não está isenta de desafios. Porém, é a maneira como esses desafios são enfrentados que define o que fica para a eternidade. É preciso confiar sempre no tempo divino para encontrar a redenção.

Rebeca no Novo Testamento

No Novo Testamento, há uma referência a Rebeca em Romanos (9,10-12). O Apóstolo Paulo faz menção a profecias que Rebeca recebeu antes do nascimento de Esaú e Jacó.

“E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama). Foi-lhe dito a ela: ‘O maior servirá ao menor'” (Romanos 9:10-12).

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