Nossa Senhora Auxiliadora teve participação decisiva na expulsão dos turcos da Europa, no século XVI, quando o Papa Pio V invocou o auxílio da Virgem Maria para esse combate católico, e posteriormente na libertação do Papa Pio VII, sequestrado por Napoleão I em represália à sua excomunhão decretada pelo Sumo Pontífice. Após ficar preso por cinco anos, o Papa foi libertado, recuperando seu poder pastoral. Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus, criou a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, fixando-a exatamente no dia de sua entrada triunfal em Roma, em 24 de maio de 1814.
O grande apóstolo da juventude, Dom Bosco, por sua vez, adotou a invocação a Nossa Senhora Auxiliadora para sua Congregação Salesiana, fundada em 1859, em Turim, na Itália. Defensor atuante da Igreja Católica, viveu num período de intensa luta entre o poder civil e o eclesiástico, colocando sempre Nossa Senhora Auxiliadora à frente de sua obra educacional difundida pelo mundo.
Com a ajuda de Santa Maria Domingas Mazzarello, em 1872 fundou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, monumento vivo de sua gratidão à Virgem e voltado para a educação da juventude feminina. Em 1875, enviou a primeira turma de missionários para a América do Sul, empreitada da qual resultou a fundação do Colégio Santa Rosa, em Niterói – RJ, primeira casa salesiana do Brasil, e do Liceu Coração de Jesus, em São Paulo. Graças à sua dedicação constante, a Congregação Religiosa Salesiana espalhou-se por diversos países da Europa e da América.
Dom Bosco faleceu em 1888, aos 72 anos, tendo sido canonizado pelo Papa Pio XI na Páscoa de 1934. Ao longo de toda a sua trajetória de luta e devoção, ensinou os membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de Auxiliadora. Sua adoração ficou tão notória que passou a ser conhecida também como a “Virgem de Dom Bosco”. Nas palavras do santo, “a festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso”.
A devoção a Nossa Senhora Auxiliadora sempre foi marcada por uma poderosa intervenção de Maria como auxílio aos cristãos em vários momentos de perseguição e conflitos entre o poder civil e o eclesiástico. Em termos de fundamento teológico, remonta à cena do casamento realizado em Caná da Galileia, quando a Virgem Maria, vendo a necessidade dos anfitriões, auxiliou-os dizendo ao seu Filho Jesus: “Eles não têm mais vinho” (Jo 2,1-14).
Apesar de vivermos em tempos distintos daqueles que marcaram as primeiras intercessões de Nossa Senhora Auxiliadora, cuja devoção foi amplamente difundida por São João Bosco, certamente sua ajuda mereceria ser invocada na batalha travada hoje contra tudo aquilo que fere o sagrado princípio da vida. Há quem diga que podemos e devemos estar unidos em favor de questões humanitárias. É verdade, porém precisamos da sabedoria divina para discernir o que é realmente humanitário. As necessidades, os conceitos e as urgências não são os mesmos.
Precisamos de Nossa Senhora Auxiliadora para continuarmos a ser uma voz profética a anunciar a Boa-Nova de Jesus e denunciar os erros existentes. Nossa Senhora há de ser auxiliadora dos cristãos na luta contra os males que se manifestam de fora para dentro do cristianismo, invertendo valores e semeando a dúvida e a incredulidade no coração dos fiéis. Trata-se de um auxílio especial para os cristãos neste período de turbulência, quando há quem pregue o esquecimento do exemplo e da Palavra de Jesus Cristo.
Nossa Senhora há de ser auxiliadora dos cristãos para que possamos vencer nossos próprios interesses internos conflitantes com a vontade de Jesus Cristo, que deseja “um só rebanho e um só pastor”.
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