Responsável pela produção do meio circulante do país, a Casa da Moeda Brasileira (CMB) é vinculada ao Ministério da Fazenda e tem um importante papel no contexto financeiro do Brasil. Após a fabricação, notas e moedas seguem para o Banco Central, que encaminha ao Banco do Brasil, contratado para a distribuição entre as demais instituições financeiras. Algumas outras atividades secundárias da CMB são a fabricação de passaportes, medalhas e selos fiscais.
Pouca gente sabe, mas até 1969, o papel-moeda que circulava no Brasil era todo fabricado no exterior. A instituição tem capacidade de produzir três bilhões de cédulas, quatro bilhões de moedas, três milhões de passaportes e oito bilhões de selos fiscais por ano. Funciona em três turnos de trabalho, de segunda a sexta-feira.
Na prática, de acordo com dados do Guia dos Curiosos de 2019, a CMB produz anualmente uma média de 2 bilhões de cédulas, 1,2 bilhão de moedas e medalhas e 60 toneladas de ouro em barra de 12,5 quilos.
Uma curiosidade é que pessoas físicas, comércios e empresas são obrigados a aceitar até 100 moedas de cada valor por compra e os bancos também são obrigados a recebê-las até o mesmo limite. Além disso, a produção das moedas varia em custos: o milheiro das de R$ 0,05 custa R$ 111,12; e o de R$ 1,00 custa R$ 257,84 – de acordo com valores referentes a 2022.
As origens da Casa da Moeda remontam ao século XVII, quando as primeiras moedas brasileiras foram cunhadas pelos holandeses em Pernambuco. Até então, as poucas moedas existentes vinham de Portugal ou eram conseguidas do comércio com viajantes estrangeiros. Diante da crescente necessidade de abastecer o Brasil colonial com moedas, Portugal estabeleceu a primeira Casa da Moeda do Brasil no dia 8 de março de 1694, em Salvador (BA). Inicialmente, de forma rudimentar, produzia apenas algumas dezenas de peças diariamente.
Mudando de instalações, entre Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE) até encontrar espaço definitivo no Rio em 1700, a Casa da Moeda viveu um período de importações de papel-moeda até 1969, quando as primeiras cédulas brasileiras fabricadas no país começaram a circular.
Após alguns anos de atividade no nordeste do Brasil e em Minas Gerais, a CMB foi transferida para o Rio de Janeiro. Operou em instalações provisórias e, mais tarde, em amplo prédio construído no Campo de Santana, atual Praça da República, inaugurado em 1868 e hoje pertencente ao Arquivo Nacional. Essa planta foi modernizada no período de 1964 a 1969, com o propósito de assegurar ao país a autossuficiência na produção de seu meio circulante.
Atualmente, a instituição incorpora práticas sustentáveis em seu processo, como reuso de água e energia solar. Em funcionamento desde 2013, o sistema de Reaproveitamento de Água (Aquasave) reduz significativamente o consumo de água e de produtos químicos utilizados na impressão de cédulas e ajuda no descarte final de efluentes e na quantidade de resíduos sólidos gerados no processo de tratamento.
Em julho de 2022, foi inaugurado o sistema de reuso de efluentes da CMB, capaz de tratar grande parte da água utilizada. No primeiro semestre de operação, foram economizados quase 15.000m³ de água, com redução de custos com água e esgoto de R$ 600.000,00.
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