O Natal é uma das celebrações mais importantes para os cristãos. Apesar de ser uma época belíssima e muito significativa, da qual devemos desfrutar, vai muito além das decorações, das luzes, dos presentes e festividades. O Natal contém um profundo significado espiritual que muitas vezes é ofuscado pela agitação e pelo consumismo ao qual ficamos expostos nesse período.
É importante compreender o significado real dessa comemoração, para que não se torne apenas mais uma festa no calendário. Embora a data de 25 de dezembro seja imprecisa e questionada, o que realmente importa é o significado histórico e espiritual desse evento que mudou o rumo da humanidade. Portanto, o relevante é celebrar o significado e a mensagem do nascimento de Jesus, independentemente da data exata.
No centro da espiritualidade do Natal está o mistério da encarnação, quando o Verbo Divino se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Ao nascer como um bebê indefeso em Belém, o Filho de Deus assumiu a natureza humana em tudo menos no pecado, unindo-se a nós de uma maneira profunda e íntima. Este ato de amor divino revela a grandeza de um Deus que se faz pequeno e se aproxima de nós. O nascimento foi anunciado aos pastores, o anjo de Deus apareceu a eles e disse: “Não temais, pois trago-vos boa nova de grande alegria, que será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu-vos o Salvador, que é o Cristo, o Senhor” (Lc 2:10-11). É a boa nova de que Deus cumpriu sua promessa. É a realização de um plano traçado na eternidade, a consumação da mensagem dos profetas e a expectativa do Seu povo.
Ao contemplar o Menino Jesus na manjedoura, somos convidados a refletir sobre a humildade de Deus, que escolheu vir ao mundo de forma tão simples e despojada e que se faz presente em meio à nossa humanidade, compartilhando nossas alegrias, dores e sofrimentos.
O nascimento de Jesus une o divino e o humano de forma única e significativa. Na noite Santa, Céu e terra se encontram. O Céu “desce” à terra com a chegada de Jesus, e a terra “sobe” ao Céu, pois, através Dele, a dignidade humana é elevada e todos são chamados a se tornarem filhos e filhas de Deus.
Outro aspecto fundamental da espiritualidade do Natal é a mensagem de paz e reconciliação. Ao nascer, Jesus o “Príncipe da Paz”, predito por Isaías (Is 9,6). Ele é o único que verdadeiramente pode conceder a paz e torná-la realidade em nossa vida. Também devermos ser instrumentos dessa paz, e cultivar em nossos corações a disposição de perdoar, de superar conflitos e de construir relações fraternas.
Outro é o perdão. O nascimento de Jesus simboliza um novo começo, uma nova chance oferecida à humanidade. Assim, o Natal também se torna uma oportunidade para deixar de lado mágoas, ressentimentos e conflitos, e buscar a reconciliação com aqueles que nos cercam.
A generosidade e a partilha também são elementos da espiritualidade natalina. Especialmente nesse tempo somos convidados a sair de nós mesmos, a olhar para as necessidades do próximo, partilhar nossos bens, nosso tempo e nosso carinho com os outros.
A espiritualidade do Natal está intimamente ligada à esperança da salvação, pois nos lembra que o propósito do nascimento de Jesus culmina em sua entrega à cruz, unindo o início e o fim de sua missão redentora. Portanto, o presépio representa a esperança do nascimento do Salvador. A cruz representa a vitória de Jesus sobre o pecado e a morte, concedendo a esperança da vida eterna.
Por fim, ao celebrarmos o nascimento de Jesus, somos chamados a ser luz no mundo, espalhando amor, paz e alegria.
Que este Natal seja um tempo de renovação espiritual e de redescoberta do verdadeiro espírito natalino.
Um Feliz e Santo Natal!
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