O que o Diário de Santa Faustina ensina sobre confiança em tempos de crise?

O que o Diário de Santa Faustina  ensina sobre confiança em tempos de crise?

Em tempos de crise, pessoal ou coletiva, a confiança em Deus é o melhor caminho e escolha para enfrentar tudo que vem pra frente. É isso que ensina Santa Faustina Kowalska, a religiosa polonesa que recebeu de Jesus Cristo a missão de difundir a devoção à Divina Misericórdia. Seu Diário, no qual registrou suas visões e diálogos com Cristo, é uma das obras mais inspiradoras para quem busca fortalecer a fé e encontrar consolo em momentos difíceis.

Neste mês de outubro, em que celebramos o Dia de Santa Faustina (5 de outubro), conheça mais e reflita sobre a experiência espiritual da Santa — e como nos ensina sobre confiança em Deus durante as adversidades.

Quem é Santa Faustina

A história de Santa Faustina começa em sua cidade natal, Glogowiec, na Polônia, onde nasceu em 1905 como Helena Kowalska, a terceira de dez filhos. Desde jovem, ela sentia um forte desejo de seguir a vida religiosa. Contudo, seus pais não apoiaram o chamado. Por um tempo, tentou viver a vida comum, afastada do convento, mas sua fé nunca a abandonou.

Em um momento de profundo distanciamento espiritual, teve uma visão de Cristo, que a questionou: “Até quando hei de ter paciência contigo e até quando tu Me desiludirás?” (Diário, No. 9). Essa experiência fez com que ela retornasse à sua vocação e ingressasse na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia.

Confiança em tempos de crise

A confiança em Deus foi um dos principais temas nas revelações de Jesus a Santa Faustina. Em várias passagens do Diário, o Senhor exorta a freira a confiar nele plenamente, mesmo nos momentos de maior desolação. “Chamei-te para este e não para outro lugar e preparei muitas graças para ti” (Diário, No. 19). Essa traz a certeza de que, independentemente das circunstâncias, Deus está presente e conduz o fiel pelo caminho que Ele preparou.

Santa Faustina enfrentou várias crises espirituais, dúvidas e tentações. Muitas vezes, se sentia abandonada e desamparada. No entanto, ela sempre recorreu à misericórdia divina e encontrou consolo nas palavras de Cristo. Em uma de suas anotações, ela escreveu: “Aceito tudo que me advier, porque sei que tudo isso me é oferecido pela amorosa vontade de Deus, que sinceramente deseja a minha felicidade” (Diário, No. 1549).

Ela ensina que a confiança em Deus deve ser inabalável, mesmo quando enfrentamos os momentos mais difíceis. Veja algumas lições que Ela deixou:

  1. Aceitar a vontade de Deus: Santa Faustina acreditava que todas as dificuldades que enfrentamos são parte do plano de Deus para nosso crescimento espiritual. Confiar em Sua vontade, mesmo sem entender os motivos, é um passo fundamental para encontrar paz.
  2. Orar constantemente: em várias passagens do Diário, Cristo recomenda que ela recorra à oração em tempos de crise, que é muito mais que um pedido de ajuda. É uma forma de fortalecer a confiança e buscar a presença de Deus.
  3. Reconhecer que Deus nunca abandona: nas horas de maior provação, Santa Faustina recebeu de Cristo a garantia de que Ele estava sempre ao seu lado. A confiança plena em Deus nos permite sentir sua presença mesmo nos momentos de desespero.
  4. Fé como arma contra o desânimo: Jesus revelou a Santa Faustina que a fé em Cristo é a melhor defesa contra o desânimo e as tentações. Ele lhe disse: “Invoque meu Santo Nome, que é muito temido pelo inimigo” (Diário, No. 154). A fé nos dá forças para resistir ao mal e perseverar.

A mensagem de Santa Faustina e a devoção à Divina Misericórdia particularmente são cada vez mais importantes e atuais. Vivemos em um mundo cheio de incertezas — e muitos de nós enfrentam crises pessoais, espirituais e coletivas. O seu exemplo de confiança inabalável convida a entregar nossas preocupações nas mãos de Deus e acreditar em Seu plano.

Em 2002, aconteceu a consagração solene do mundo à Divina Misericórdia, em um ato realizado pelo Papa João Paulo II “com o desejo ardente de que a mensagem do amor misericordioso de Deus, aqui proclamado por intermédio de Santa Faustina, chegue a todos os habitantes da terra e cumule os seus corações de esperança”.

João Paulo II beatificou irmã Faustina em maio de 1993 e a declarou santa em 30 de abril de 2000, tornando-a “a primeira santa do terceiro milênio”. Nessa mesma data, o Pontífice anunciou que tinha declarado o Segundo Domingo da Páscoa como Festa da Divina Misericórdia, em correspondência com o que o Senhor pediu à irmã Faustina.

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