O Sacramento da Reconciliação

O Sacramento da Reconciliação

Já estamos na Quaresma. O carnaval já acabou e precisamos viver plenamente esse tempo se quisermos ressuscitar novas pessoas no domingo da Páscoa do Senhor.

Essa preparação obrigatoriamente passa pela confissão. O Sacramento da Reconciliação é um convite a fazer a experiência da misericórdia pelo perdão, por intermédio do sacerdote que age em nome de Deus e da Igreja.

Nosso Senhor Jesus Cristo, sabendo de nossas fraquezas, instituiu o sacramento da confissão e escolheu seus representantes, dando-lhes o poder de perdoar os pecados em Seu nome, como ensina São João: “Jesus soprou sobre eles, dizendo: ‘Recebam o Espírito Santo. Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados’” (Jo 20, 22b-23).

Jesus já havia dito em outra ocasião: “Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu, e tudo quanto desligardes na terra será desligado também no céu” (Mt 18, 18). Sendo assim, o sacerdote não age em seu nome, mas com a autoridade concedida por Jesus. Ou seja, mesmo sendo uma pessoa sujeita ao pecado, como todas as outras, ele atua em nome de Deus e da Igreja para absolver os pecados. É instrumento do perdão de Deus, e o fato de também possuir fraquezas o faz compreender a conduta humana e sua inclinação ao pecado, não se colocando na posição de juiz intransigente. Vale mencionar ainda que, segundo o cânon 1388, o segredo de confissão é inviolável.

Costumo dizer que a confissão é um banho espiritual que lava a alma. Da mesma forma que é preciso tomar banho todos os dias para manter o corpo limpo, há a necessidade de confessar-se para garantir a limpeza espiritual. A confissão apaga completamente os pecados, mesmo os mortais, e concede a graça santificante. Aumenta os méritos diante do Criador e permite desenvolver todas as virtudes, além de proporcionar tranquilidade de consciência, alívio das mágoas e consolo espiritual.

Para realizar uma confissão adequada, são necessárias, pelo menos, cinco condições:

  1. Fazer um exame de consciência, que consiste em lembrar os pecados mortais cometidos desde a última confissão. Para que seja caracterizado pecado mortal ou matéria grave (praticar ato que caracterize grande ofensa aos Mandamentos de Deus e da Igreja) é necessário: conhecimento (estar ciente, saber que o ato a ser praticado é pecado); consentimento (ter tempo para refletir e, mesmo assim, cometer o pecado por livre e espontânea vontade). Quando falta um só adjetivo a esses requisitos, é pecado venial ou leve.
  2. Estar sinceramente arrependido por ter ofendido a Deus e ao próximo.
  3. Ter o firme propósito de não cometer mais o(s) erro(s), confiando no auxílio da graça de Deus.
  4. Confessar objetivamente os próprios pecados e não o dos outros.
  5. Cumprir a penitência que o confessor indicar.

Confesse seus pecados com a fé em Jesus Cristo. E, lembre-se: “Se confessarmos nossos pecados, fiel e justo é Ele para perdoar-nos e purificar-nos de toda iniquidade” (1 João 1, 9).

Que o Espírito Santo ilumine e impulsione sempre à confissão principalmente neste tempo de Quaresma.

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